Passadas duas semanas após as eleições, ainda não compreendo a derrota de Aécio Neves. Tento entender a cada dia e, mesmo não entendendo muito, cheguei à conclusão de que 3 milhões e 500 mil votos de diferença só fazem diferença para congratular um vencedor. Andaram falando mal do Nordeste. Mas o Nordeste não tem nada a ver com a questão da vitória de Dilma. O que tem a ver mesmo é que nós tentamos lutar contra a quadrilha que se instalou no poder, mas fomos vencidos pelo assistencialismo barato do governo. E estou muito preocupado, muito. Qual o futuro de uma família que recebe o Bolsa Família? Qual a chance de sair do “sobreviver” para o “viver”?
Qual o futuro da geração Bolsa Família? A geração Coca-Cola virou geração Bolsa Família sem futuro. Com o Bolsa Família dentro de casa, uma criança é educada desta forma. É educada a aprender que trabalhar e ir em busca de oportunidades de trabalho não é necessário, pois todos os dias tem feijão e arroz em casa. É o suficiente para uma criança? E depois de comer o feijão com o arroz, qual será a lição de casa? Varrer a calçada enquanto a mãe foi sacar mais um benefício? Em 12 ou 15 anos esta criança vai perceber que não adianta nem os outros programas sociais do governo para lhe fazer um cidadão baseado na educação. Já estará em seu DNA a vontade de sugar sem suar.
A geração bolsa família de miséria é ruim para o país. O governo, ao invés de dar educação, dá dinheiro. Joga dinheiro pro céu aos pobres e a miséria continua, nunca sairá do lugar. A miséria ficará elegendo os petistas por diferenças mínimas. Até quando eu não sei. Pensar com o estômago é ser tratado como índio, já dizia Lula em 1995. E eu estou com ele. Mas, ao virar político, a visão eleitoreira desperta a sacada genial de se perpetuar no poder através de tais benefícios.
Vejo defensores dos programas sociais do governo dizendo que o país cresceu socialmente, que Lula teve o seu governo prestigiado na ONU... tudo bem. Realmente houve avanços. E o maior deles foi na corrupção. Os investimentos em bilhões desviados em todos estes anos foram incríveis! Números altíssimos! Sucesso de petistas na cadeia. Mas o povo da miséria, da pobreza, não quer saber disso. Vê em Dilma a imagem de Lula e vê no bolso o dinheiro pra comer arroz e feijão. E isto basta. Não precisa de mais nada. Quando filho adoecer, passa feijão pra sarar a febre. Quando o filho quiser estudar, pede pra ele contar e somar os caroços de arroz. Educação para que, se a geração bolsa família tem tudo o que deseja? E vejo outro petista falando: Mas o dinheiro tem que ser repartido mesmo, tem que ajudar os pobres! Eu digo: amigo, então imagine que você trabalha ralando pesado, ganhe seu dinheiro e no final do mês tenha que dar metade para outra pessoa, que não fez nada e passou o dia inteiro dos 30 dias correntes do mês assistindo novela. Você daria?
A democracia no Brasil está ativa. Mais de 50% dos brasileiros estão indignados com os petistas. Os 51 milhões de votos que Aécio Neves teve não são porque é o Aécio Neves. Em sua grande maioria, é porque o povo que pensa com a cabeça e sabe dos problemas sociais e econômicos está de olho vivo. A revista VEJA, tão combatida pelos militantes e fãs fanáticos do petista, é detonada por eles. Dizem que só agride Lula e sua trupe. Coitadinhos. A VEJA deveria esquecer os problemas do país e mudar o seu editorial apenas para caça e pesca, pois é proibido falar das falcatruas de quem governa. A revista dos malucos do PT que sofreram lavagem cerebral chama-se ÓIA.
Nos resta, então, desejar que o governo de Dilma seja bem diferente dos anos passados. Mas os desejos do povo que não pensa pelo estômago não são de caráter prioritário. Por isso, recuso-me a acreditar que o Brasil irá melhorar, quando os filhos da geração bolsa família têm o seu futuro incerto. É pagar pra ver e, no mínimo, rezar pra não ser.
Edição Nº 15154
Geração filhos do Bolsa Família
Phelippe Duarte
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