Pensando em como resolver muitos problemas do cotidiano, às vezes me pego imaginando como meu pai observaria o mundo de hoje, aqui em Imperatriz ou no Brasil. Ele tinha uma visão muito peculiar e inteligente sobre algumas questões. Não tinha o conhecimento de um economista ou de um banqueiro, mas sabia opinar sem destituir, e defendia o lado em que acreditava, como poucas pessoas eu vi. Quando comecei a escrever aqui, neste cantinho, lá em maio de 2007, ele me dizia: “meu filho, cuidado com o que vai escrever. Você é livre para falar o que pensa, agora publicar é outra coisa.” Mas por vez ou outra, eu o via ligando pra redação do O PROGRESSO, onde ele fez amigos para vida toda, brigando para publicarem algo. Ou seja: o sentimento de pai falava mais alto um pouquinho, até mesmo quando eu falava umas bobagens a mais por aqui. A visão de vida que meu pai acomodava em seu olhar era de se escutar no momento em que ele transformava em conselhos ou opiniões. Numa mesa de bar, principalmente no Seu Olímpio, a política dominava as questões. Na mesa você notava deputado, prefeito, ex-prefeito, idealista, jornalista, médico, advogado e.... meu pai. Comerciante nato, publicitário nos últimos 10 anos de vida, que se descobrisse antes a sua facilidade em se comunicar, no sentido além do agregar, teria sido publicitário comercial desde que nasceu. E na mesa do bar, todos com conhecimentos específicos de sua área, mas todos se escutavam. É como num campo de futebol: o mega empresário recebe uma bola e cruza pro artilheiro do time, que é o zelador da sua empresa. Os dois nunca se veem no dia a dia, mas no lazer estão juntos, compartilhando do mesmo gosto, da mesma situação. Não parafraseando Fábio Jr., mas acredito que para a maioria funciona assim, e para mim ainda É: Meu pai foi meu herói, meu bandido, foi meu médico, advogado, jornalista, amigo, conselheiro, idealista, prefeito, governador, deputado...meu pai.

Hoje então, diante de um problema ou até mesmo ante as soluções que crio, e dentro do meu trabalho diário, eu fico imaginando: o que diria meu pai sobre isso? Será que ele teria orgulho de mim? Será que eu estou sendo o pai que ele imaginou que eu seria um dia? Nunca irei saber essa resposta. Mas no dia dos pais, eu penso 24 h sobre isso. Nos dias normais, é sempre antes de dormir e após acordar. Não importa se durmo depois de uma festa ou acordo com uma ressaca brigando ferozmente contra um engov no meu organismo. Eu sempre penso no que meu pai pensaria de mim e do mundo hoje. Vou até arriscar aqui, alguns tópicos:

- Ele gostava do Lula, mas seria fã de Sérgio Moro.

- Ele xingaria Tite, mas teria uma simpatia enorme por ele.

- Continuaria a assistir novelas, mas estaria incomodado com tanta bobagem.

- Não entenderia nada de whatsapp, insta, face, mas continuaria a vender rádio e tv como poucos.

- Iria me dizer que o dia ainda continua curto para resolver tudo, e que um homem precisa de uma casa para descansar das vitórias e das derrotas.

- No dia dos pais, estaria lendo outro texto agora, se estivesse por aqui ainda, e emocionado.

Parabéns para todos os pais que conseguem ser tudo em um só para seus filhos. Aproveitem o dia.

Phelippe Duarte 

Administrador/Publicitário