Como eu queria que fosse há 10 anos atrás esse avanço da medicina. O relato que faço hoje, é de emocionar e dar esperança a milhões de pessoas. Vivemos em um mundo aonde as doenças nascem todos os dias. Doenças milenares, como o câncer, rodeiam a população como  um mal não visto, e quando visto, às vezes é tarde demais. Mas um fio de esperança nasceu dessa vez. Uma esperança do qual não víamos, e que talvez, não seja tarde demais para várias pessoas. Milhares, de pessoas. E até agora, começou por uma pessoa: Vamberto, 62 anos.

No dia do seu aniversário, Vamberto não teve uma notícia tão feliz como o dia pretendia ser: foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin de alto risco. Depois de passar por quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos, acomodou o pesar. Um ano de vida no máximo teria, disseram os médicos. Para os médicos,  mas uma notícia comum a se dar. Para uma pessoa, o fim. O filho dele descobriu, então, que nos Estados Unidos havia entrado no mercado um novo tratamento contra linfoma, leucemia e melanoma, usando terapia celular. Mas que podia custar até R$ 5 milhões.

Sem descanso, o filho de Vamberto, que é dentista, continuou sua busca por alternativas e achou uma esperança no interior de São Paulo.

Nos últimos onze anos, uma equipe de pesquisadores do hemocentro de Ribeirão Preto, no interior paulista, investiu verbas públicas para formar pessoal, equipar laboratórios e dominar as técnicas desse tratamento que pode ajudar pessoas como Vamberto. A técnica chamada terapia celular. Justamente aquela que custa milhões nos Estados Unidos e que está sendo aplicada por um hospital público, experimentalmente, pela primeira vez na América Latina. Neste momento, a terapia celular está literalmente salvando a vida de Vamberto. Isso mesmo que você acabou de ler: Em fase terminal, Vamberto está tendo a vida salva por uma técnica em terapias celulares. O seu quadro agressivo, está sendo revertido totalmente com a aplicação desta técnica, que consiste em fortalecer as células sadias, para defender-se das células cancerígenas. A expectativa do hematologista Eduardo M. Rego, também pesquisador do Centro de Terapia Celular, é de que até julho de 2020, mas 04 pacientes do estado agressivo em que se encontrava Vamberto, sejam submetidos a esta técnica de terapia celular. Ele ainda diz, que acompanhando a evolução clínica de Vamberto e das 04 pessoas que se submeterão ao tratamento, definirá se a técnica é segura e eficaz. Após essa situação controlada, a incorporação ao SUS será o tema a ser debatido. Eu estou emocionado.  Pelas vidas que perdemos e pelas vidas que podem ser salvas. Se um paciente pudesse viver 10 anos a mais , eu poderia dizer ao meu pai para não se preocupar. Não que eu quisesse que ele fosse eterno. Mas que ele merecia curtir um pouco mais a vida, os filhos, os netos. Esta técnica de terapia celular, poderia ser a resposta para ele e para tantas outras pessoas que se foram, por conta dessa doença implacável. Realmente, me emociono. E sei que de onde estiver, meu pai está feliz em saber que as pessoas tem agora, uma esperança para acreditarem. Que não seja retroativo, esta nova forma de buscarmos a vida. Parabéns aos pesquisadores. E ao Vamberto, que aproveite o presente de aniversário atrasado.

Phelippe Duarte

Administrador e publicitário