Agosto começa com um gosto de saudade. Mas não aquelas saudades de coisas passadas. Mas sim saudade do que eu fui. Chega um certo ponto na vida, em que nós desviamos um pouco a nossa rotina, para outro tipo de cotidiano. Não que eu seja um engano, ou um problema a ser resolvido. Existem questões que estão acima de mim e de tudo o que eu penso representar. É aquele momento do desgosto: você tem que aprender, que não é sozinho no mundo. Sim, é doloroso. E ao mesmo tempo prazeroso, saber que temos alguém sempre do nosso lado. Um amor de tal maneira que mesmo que adormeça por culpa de nossas condutas indevidas, é o amor que segura tudo. Até o gosto da saudade.

Entenda bem toda a situação: hoje, um fim de semana em que você poderia estar fazendo outra coisa, mas de repente quis ler o que esse poetinha criado na antiga Domasa e depois na Urbano Santos, tem a dizer. Sinta o hoje como se amanhã fosse também o hoje. Ame a sua família. Respeite, a sua família. Tudo que você sonha na vida e conquista, pode desaparecer em 10 segundos. Às vezes, menos. Não basta amar. Tem que respeitar. Não seja puritano. Seja inteligente. Eu errei tanto e Deus continua sendo tão “amigo do meu comigo”, que encerrei a minha cota de perdão. Não quero mais pedir perdão. Quero aproveitar o amor que Ele me deu. O amor que Ele mantém para mim. Conservando meu peito, contrabandeando minhas regras...Todos precisamos de um norte. E o amor de Deus, é o caminho exato para a redenção e a compreensão de que eu, você, nós, não precisamos sentir o gosto da saudade. Por que se é saudade, é por que foi embora. E não queremos que o amor vá embora. Eu não quero que o amor desista de mim. Por muito tempo eu sofri um bloqueio. Não conseguia mais escrever. Depois que encontrei o amor, parece que meus anseios encerraram com as buscas ao abstrato sendo concluídas. Mas é aí que meu peito se enganou. No egoísmo da escolha certa. Se é tão belo falar de amor quando se procura, por que não falar dele, quando se o tem? Por que não dizer novamente eu te amo com a boca seca, com sede do outro? Por que dizer eu te amo de uma forma corriqueira, simplista e morna? Podemos sim, ser tudo o que fomos. Eu posso voltar a falar de amor. Mesmo que o meu amor, não me queira mais. Por que o amor também cansa. Ele desiste quando um coração cicatrizado, calejado, não persiste em reconhecê-lo. Nessa loucura toda, nesse meu desabafo, sinto que preciso voltar com tudo o que meu coração não quer mais. Deixar o mundo de lado, as ganâncias da minha pele, dos  meus desejos, enterrar meus pensamentos infames, e partir para meu amor novamente. Fui diagnosticado como ausente. E de quebra, meu remédio é o que eu sempre tive: o amor. Que agosto me mostre o gosto, e não o desgosto, do meu tédio amoroso.

“ O amor é uma palavra,

Que sempre chama atenção

Mesmo que a gente não queira,

O amor tem sempre razão

O amor é um sentimento, tão nobre e tão bonito

É dele que eu me alimento, é nele que eu acredito’’

Depois desse desabafo, que tal amar de verdade? (pergunta feita ao espelho)