Hoje é um dia que vai além de um domingo qualquer. Não haveria de pensar que em um dia de domingo o destino político do país seria votado. Logo em um domingo, onde todo político merece um descanso. Trabalham demais, é uma loucura. Prova disso é a fala de Paulo Maluf, por estes dias: “Eu vou lá e finjo que trabalho, simples assim.” Aos 84 anos, Maluf tem cheiro de bandido, mas nunca passou nem perto de ser realmente preso, mesmo tendo figurado até na lista da Interpol. Pois bem. O impeachment de Dilma será votado na Câmara e, se aprovado, irá para o Senado. O que me chama mais atenção é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, são dois corruptos, propineiros, salafrários de primeira grandeza. Mas como no Brasil político é igual componente de torcida organizada, tem-se os fatos do roubo de um e os fatos de pancadaria do outro, e ninguém vai preso. Só vai preso quem convém ser preso, e olhe lá. Portanto, é bandido julgando bandido. Admira-me muito um político de rabo preso julgando outro acusado. E o mais gostoso e delirante de toda essa história é que Michel Temer, assumindo a presidência, o que não é bom para o país, mas é o que consta na lei, o seu vice será... Eduardo Cunha! Estamos, como eu já disse por aqui, meus amigos, ilhados, sozinhos. Os políticos brigam pelo poder em uma loucura insana, usando a lei como escudo para seu egoísmo, para o seu falso ego patriótico. Vivemos um caos na política. A defesa ferrenha e criminosa do PT faz com que tenhamos medo da segunda-feira, caso Dilma tenha o impeachment aprovado na Câmara. Lula disse que não sairá das ruas, que irá batalhar pelo posto tomado de seu partido. A agonia de ficar sem o poder faz com que cada discurso petista seja uma utopia própria. Chamam de golpe, chamam de absurdo. O PT dá o golpe no país, disfarçando suas ações criminosas em ações sociais populistas (nas palavras de Lula em 1996 “um programa social é fazer como Cabral fez com os índios ao descobrir o país, dando algo para se conquistar algo”). Como mudou nosso querido petista, operário das classes mais pobres!
No meio de toda essa história nojenta, ressurge, sem que muitos percebam, o homem que jogou o esterco no ventilador. O homem que, com uma faca nos dentes e os olhos cerrados de rancor, jogou o PT no meio de um furacão, sem previsão de tempo bom. Após ter cumprido pena do STF, Roberto Jefferson reassumiu o comando nacional do PTB. Voltou com tudo, dizendo que pagou suas dívidas com a sociedade e que está junto ao povo brasileiro para terminar o que começou. Jefferson não é santo e nunca será. Mas fez um favor ao Brasil. Se não fosse ele, esperaríamos mais de 10 anos para escutar Delcidio abrir a boca. Em seu contumaz palavreado, Roberto Jefferson declarou que o país vive uma falência moral. E é uma verdade. Mesmo quando desencadeou o furacão, o PT continuou a roubar, roubar, roubar, esquematizar, esquematizar, comprar apoio, comprar apoio... e fez com sucesso, tanto que até hoje, neste domingo de abril de 2016, está no poder. Que domingo delicioso! Como dizia Tim Maia na música Um dia de Domingo, eu canto bem alto pra Lula e os lulistas... “Já não dá mais pra viver, um sentimento sem sentido, eu preciso descobrir a emoção de estar contigo, ver o Sol amanhecer e ver a vida acontecer, como um dia de domingo...”
Faz de conta que ainda é cedo, petistas. E peçam pra sair de forma digna.
Edição Nº 15584
Como um dia de domingo
Phelippe Duarte
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