Phellippe
Chove chuva, chove sem parar. Mas, se a chuva dependesse da Caema, Imperatriz teria duas estrelas de quinta grandeza. O Sol, muito em particular, devora e devasta terras já secas e áridas. Não seria justo com a nossa querida Imperatriz.
A falta de água na cidade é impressionante. Para quem paga a sua água em dia e até mesmo fora do dia, o respeito está afogado em uma história que, se merece uma CPI da Câmara de Vereadores, a mesma deve estar num lamaçal movediço. Se há uma investigação por parte dos representantes mais próximos do povo, é porque a situação deve ser controlada ou no mínimo esclarecida pela administração da Caema.
Tenho informações vindas de São Luís de que a situação da Caema não é tão fácil, porém não justifica a seca. Repasses mensais para a empresa não pagam as contas dos fornecedores nem o débito na praça, que é grande. O problema privado deve ser levado a público pelo fato da Caema prestar um serviço à população, o que a torna passiva de reclamações por parte do todo.
Após a ruptura de uma adutora que abastece a cidade, praticamente 250 mil pessoas ficaram sem água. Algumas colocaram balde sobre a cabeça e saíram atrás de água. Existem setores que precisam de mais diversificação de mercado. Água, além de ser uma questão ambiental, é saúde. Alternativas ficam escassas e a solidez e credibilidade da empresa ficam submersas a reclamações fundamentadas pela realidade, sem necessidade de luta sem causa. A importância da entrada das autoridades devido ao problema de abastecimento lembra-nos que todos usam água. Quando falta água na casa do médico, do zelador, do mecânico, do engenheiro, também falta na casa do promotor, do juiz e do advogado (se não tiverem caixas d’água ou poços). Ninguém aguenta ficar sem tomar banho. As ações públicas, portanto, saem mais rápido que o de costume. Isto não é uma crítica. É um fato real. Imagina acabar água na casa da presidente do Brasil por uns dias? Alguém vai responder mais rápido por isso. Se bem que a sujeira daquele partido... Mas é outro assunto.
Um cidadão que dá duro, trabalha incansavelmente e paga suas contas em dias, atrasa umas duas semanas o pagamento de água. Ela será cortada. Não há o que reclamar, tem que pagar e pronto. Caema não envia água. A sua água não chega, ela é cortada, mesmo com pagamento em dia. Não acontecerá nada. Você irá reclamar, o MP entrará com ação, mas daqui uns dias o problema será resolvido. E você, caro trabalhador, só teve o trabalho de, se não carregar balde na cabeça, incomodar parente ou vizinho para emprestar o banheiro pra família inteira. Nem esquente a cabeça pra não evaporar o pouco de água que vai conseguir.
Dos 21 vereadores, 12 assinaram pela abertura da CPI, que será composta por 05 membros. Dos 21, será que 09 vereadores estão com água em casa? Questionamento a ser feito, pois é do interesse público a investigação que se pede e não de interesse eleitoreiro ou pessoal. A força de todos seria de maior contribuição para o povo de Imperatriz. Não queremos que ninguém seja condenado, pois nem é o caso. Não é preciso sair às ruas inventando revoluções (ainda mais sem tomar banho, no Sol de Imperatriz, seria uma revolução sem braços levantados). Houve um problema e deve ser solucionado para evitar futuras complicações. Queremos o que é nosso de direito. Se não, comecem a ensaiar a dança da chuva com Jorge Ben Jor. Chove chuva, chove sem parar...!!!! Por favor chuva ruim, não molhe...nossa cidade assim.
Phelippe Duarte – Cronista e poeta
Edição Nº 14840
Chove chuva, sem parar!
Phelippe Duarte
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