Como está linda a nova Avenida Pedro Neiva de Santana. Parece uma árvore de Natal gigante, com bolas reluzentes e brilhos sem cortejo da escuridão. Uma obra como aquela relembra que podemos ser uma capital e que não precisamos de muito para sermos melhores como cidade, como sociedade. Dá até prazer de ir lá em João Lisboa e voltar só para andar por ali. Mas vá à noite, é mais belo.
Se você estiver lendo este texto, o mundo não acabou na sexta-feira e nós estamos a um dia da véspera de Ano Novo. E melhor do que falar sobre os sentimentos que a data propicia, o peru que sempre sofre e o encontro de parentes que você viu a última vez no mesmo período do ano passado, é falar do que mais marcou em nossa cidade, até hoje, neste ano que ninguém viu passar. E alguns causos nacionais.
Começando por aqui, tivemos o sequestro do menino Pedro Paulo, que provavelmente não pediu isso de presente de natal. A cidade parou e respirou o caso da criança que, arrancada dos pais, teve sua trajetória de infância marcada violentamente pela força do "melhor que trabalhar é sequestrar" de muitos vagabundos que andam soltos por aí. Que teve a sua inocência perdida dentro de alguns dias, pois não sabia ao certo o que estava acontecendo ou até mesmo se voltaria para casa. Pedro Paulo teve seu nome em jornais de muitos lugares, mas o que mais lhe gritava era a sua casa, pedindo para ele voltar. Não há sofrimento maior, em minha concepção, do que tirar de uma mãe seu filho. Vivemos ainda com esse fato monstruoso de que sair de casa sempre será perigoso. Porque o mundo não mudou em nada e tão pouco irá mudar. Bandido vai continuar bandido, quiçá alguns que ainda dizem que têm uma Bíblia debaixo do braço. Leem até com o sovaco.
A reeleição do prefeito Madeira quebrou uma tradição que se parecia vitória da democracia, tornou-se o continuamento da mesma. Reeleito com sobras, a administração bem vista pela maioria dos imperatrizenses trouxe benefícios para a cidade e, para não dizer por outro lado, tenho certeza que ainda trará mais. É chance de Madeira que, de tanto bater, entrou, de marcar a sua passagem pelo executivo como o melhor prefeito que já vimos. A oportunidade está aberta e até aqui já houve uns cupins que deram meia volta. Mas, sem oposição, um governo fica sem a exclusividade da dúvida.
Nacionalmente, não poderia deixar de falar da condenação dos mensaleiros. O maior presente de natal que os brasileiros poderiam ter recebido do Papai Joaquim Noel. Esse é o verdadeiro espírito de natal. Agora há a busca pela perda do mandato. Logicamente, que os interesses possivelmente não deixarão isso acontecer, mas pelo menos derrubando um a um, terminaria tudo em ceia de natal para a nossa gente e, sim, pode deixar a pizza pra eles. Não gostamos de pizza de ontem.
Rodando na Avenida Pedro Neiva de Santana, eu vislumbro muito mais para nossa cidade. Vejo realizações que, antes impossíveis, hoje já são menos impossíveis. De obra em obra grande, que acontecia com uma extensão de tempo maior, podemos galgar possibilidades e conquistar metas que não sejam eleitoreiras. E tranquilamente, com o semblante mais calmo de todos os dias que já se foram, acredito que, de simbologia ou numerologia de 13, 2013 não terá nada. O que valerá serão nossas ações cotidianas. Estas, sim, retrospectivas que valem mais a pena de se ver de novo. Que o amor lembrado no natal te visite todos os dias! Boas festas, ame sem moderação.

Phelippe Duarte
Cronista e poeta