Não poderia deixar de escrever uma última crônica para o jornal. Seria até uma falsa falta de respeito com este espaço. Não que seja a última de todas, mas a antepenúltima de um novo recomeço, daqui uns 4 meses. Vou parar, por falta de tempo, ou por falta de sincronização de ideias com a postura intelectual adotada por aqui. E depois que Lula saiu em uma foto com Maluf, não seria nenhuma surpresa eu lançar um livro de crônicas retratando os cinco anos de Jornal O Progresso. É o que devo fazer, talvez em novembro. Depois de lançado o livro, a gente volta.
Mas vamos falar das eleições em Imperatriz. Sinto-me um imperatrizense honrado, lisonjeado. Deixam-me feliz a força e a luta de um homem para, através de uma liminar, tentar governar Imperatriz. Um orgulho para a cidade. Governar. Por uma, liminar. Um exemplo de vida política. Que os puxa-sacos não me levem a mal, mas isto não é o que esperamos como mudança para Imperatriz. Sejamos realistas, e esqueçamos o salário que vocês devem ganhar, ou as vantagens políticas que recebem, ao longo de quatro anos. Senhores, sejamos honestos, mesmo com o susto que esta palavra toma o coração! Imperatriz não é a sua casa. A sua conta bancária. O seu depósito ao fim do dia, ou seu extrato mensal. Imperatriz não é a roupa do seu filho, a escola que ele estuda. Imperatriz é maior do que nossos interesses pessoais. Mas aí que está o grande problema: quem é, que se importa? A liminar! Pasme...!
Por outro lado, a política surpreende até os mais dogmáticos. Em Imperatriz, não é nem um pouco diferente. O governo mais massacrado de todos os tempos, após ser totalmente aniquilado pela força da mudança da gestão executiva atual...agora está nos braços da...? Gestão executiva atual. Na política, meus caros, não há como correr do poder maior. Do apoio mais forte, de quem tem 05 milhões pra dar na hora que quiser, ou 100 milhões na hora que pedir. Depois da morte de Jackson Lago, a ponte do rio, que era para ser de madeira, continuou barrenta. O que antes eram trocas de farpas, hoje são trocas de elogios. Tipo Coxinha, da TV Diário. Mas elogios até onde tornam-se públicos. Os impublicáveis são tipo... o que sempre escutamos.
Indiscutivelmente, Imperatriz é uma cidade como qualquer outra em época de eleição, a mínima de diferença, e eu posso afirmar, minimamente máxima diferente, é que os políticos e seus arruma-gravatas-coloca-paletó, vulgos puxa-sacos, acham que aqui é a cidade do ouro e que os políticos de décadas que estão sujeitos à votação são o famoso Rei Midas, onde tudo o que toca vira ouro. As proporções malucas e o sorriso falso da política imperatrizense constroem o nosso futuro. Podemos estar a salvos? Claro! Tem o amor político da liminar... É inconcebível estar em um meio no qual não se entende nem o fim ou o início. As formas e resoluções dispostas na condição de político tornam o homem refém de seus atos e de seus pré-atos (Luís Brasília gostaria dessa).
Enfim, meus caros leitores que me acompanharam durante cinco anos (minha mãe, meus irmãos quando achavam o jornal pela casa, minha avó, tias e tios...), inclusive eu, leitor de mim, o que melhor me deu apoio, estarei sempre por perto, olhando notícias, louco para escrever e publicar, pois este vício não tem remédio que cure, nem obrigação que te faça parar. Escrever é pensar o que não deve ser pensado e dizer o que deveria ficar silenciado. Mas, sem isto, quem seríamos nós?
Então, saio do Jornal O Progresso para entrar para os livros das Crônicas (quase um Getúlio, só quem sem bala no tambor). Talvez eu volte daqui cinco anos, ou quando o Lula confessar. Ou volte para atazanar a vida de vocês, nestes domingos tão calmos, como o rio Tocantins. Até breve!

Phelippe Duarte
Cronista e poeta