Bom diiiiiiiiiiiiiiia, Imperatriz! É exatamente alguma hora da manhã deste domingo e você nem sabe o que fazer. Eu lhe dou a oportunidade, a chance única, o prazer inabalável, a sorte imensurável, para hoje! Sim, você pode ter tudo isso neste domingo, por um simples ato de se locomover, almoçar, ser sorteado, sair com prêmio e depois dormir o domingo inteiro, pensando: meu Deus, eu fui na AMPARE, casa de apoio aos pacientes com câncer, almocei na festa junina deles, ganhei um prêmio e, o que mais me emociona, é ter ajudado a manter a casa de quem precisa.
Esta é uma opção que, para nós, deve ser vista como obrigação. Deixe de lado as reportagens deste domingo, esqueça as notícias ruins e pense positivo, pense em ser mais do que um samaritano. Saia da história bíblica e faça algumas pessoas sentirem-se especiais. Mais do que já são. AMPARE esta causa. Vá com sua família, lá você encontrará voluntários, que estão à disposição para ajudar, cobrando apenas por mês, o salário da emoção, da satisfação e do amor recíproco ao outro. Salário como este é impagável. Semana passada, eu não tive tempo de escrever para cá. E, quando tive tempo, não me sobrava momento. Meio corrido, estressado, manipulado pelo cotidiano obrigatório de fazer hoje as recompensas do amanhã. AMPARADO nas horas de concentração que o dia exigia, ceifado pelas promessas de estar em alguns locais, sem poder estar. Uma gripe me causou danos por 4 dias. Normal. Mas antes de todo esse AMPARO momentâneo que uso para proteger-me, fiz mais um jogo beneficente, em prol da AMPARE. O carro não cabia de tantas doações, entre alimentos, roupas e outras coisas. Meu coração não cabia mais de felicidade, amor e gratidão pelos amigos que me ajudam todo o mês para ajudarmos a manter a AMPARE do nosso jeito: jogando bola, fingindo sermos bons dentro de campo, sabendo que seremos bons fora do campo. Não é pelo prazer de se sentir bom, ou de encher a boca e dizer "eu ajudo alguém". Não. Você precisa conhecer a realidade de quem tem câncer, e não tem dinheiro, nem plano de saúde, plano de vida, ou um ombro amigo que seja para conversar. Ou você precisa conhecer alguém que tenha câncer. E essa pessoa começa a conversar sobre tudo o que fez na vida, conta coisas demais e coisas de menos. Conta o que lhe convém contar. E você, escuta o que precisa escutar, sabendo que aquilo vai afetar sua vida para sempre. Mudar a sua vida, completamente. Recentemente, visitei uma cidade muito pobre, carente. Onde moradores tomavam água da cor do chão que você deve pisar agora. Até pior. Uma empresa joga seu esgoto no rio e a água que recebe o esgoto é a que limpa panelas, alimenta crianças e lava, quer dizer, suja roupas. Uma realidade que me fez chegar em casa e agradecer, mais do que o normal, pela água limpa que tenho dentro de casa. Pela roupa cheirosa, pela cama macia. Pela comida limpa e gostosa. E você percebe que tem condições de ajudar estas pessoas. E chora por dentro, quando uma delas diz: "Eu não quero caridade, eu quero é trabalho, oportunidade, para ter minhas coisas, para ter uma chance".
Nós podemos mudar quadros pequenos e torná-los antigas estatísticas. Comece a olhar hoje pro seu domingo e ver quem está precisando de algo, de alguém, de alguma coisa.
A AMPARE está à disposição agora. Leve sua família, sente lá, almoce e seja sorteado na Avenida Newton Belo, logo depois do CEFET. Festa junina com muita animação, pescaria e comidas típicas. Na fogueira de São João, joguemos todas as esperanças de vida e o sopro de bondade que temos. Será o fomento, de uma fogueira que irá gerar um sinal de fumaça para outras pessoas, atraindo mais ajuda e mais amor.
"Meu São João, meu São João, meu São João, eu vim pagar a promessa..." De não sair daqui deste mundo, sem dar mais do que recebo. AMPARE, a gente quer ver por aqui.

Phelippe Duarte
Cronista/Poeta