Olhando no retrovisor, mais um ano se vai. E como foi rápido o ano de 2017. Nem sequer pensamos e, de repente, a segunda virava um sábado, sem nem dar bom dia ou um “boa semana pra você”. A vida está andando depressa demais ou nós que não temos tempo para mais nada? Gastamos tantas horas com trabalho, que às vezes tudo, no final da semana, parece ser mais um programa do Chaves: É legal, bacana, mas sempre a mesma coisa. Não temos posto de gasolina para retocar a saúde ou o suor que se vai. Até o fim de semana é usado para trabalhar. E o ano de 2017 vai indo... levando seus problemas, suas angústias, seus fracassos e seus sucessos. E você com tantos dias, com tantas horas repetidas, com as mesmas pessoas ao seu redor sempre, com aquele cotidiano Chaves, parou para agradecer no fim do dia? Nem todos por esse mundão a fora têm cotidiano, têm horas repetidas, convivem com outra pessoa, têm um trabalho ou, no mínimo, uma saúde para gastar. Nem mesmo sabem quem é o Chaves.
Agradecer é a principal meta de nossas vidas. Estar grato por cada minuto vivido e pelo privilégio de saber que no exato momento em que eu escrevo e você lê, estamos bem, respirando e sentindo mais um ano que está batendo a nossa porta.
Olhando no retrovisor, de todos os anos para trás, sempre o primeiro que vem a minha mente é o de 2009, quando perdi meu pai. E todo ano novo parece até não ser novo, porque a saudade e a dor da perda, superadas com seu devido cuidado, são as mesmas de sempre. Logo depois, me vem o ano de 2013, que afasta a dor, e vejo o nascimento do meu filho, como uma nova possibilidade de tudo o que eu achava ser mais do mesmo, ser decretado como novo, um mundo novo, cheio de oportunidades e escolhas. E vejo o tempo passar sem contar as horas, e sem medir esforços para fazerem nascer cabelos brancos e umas pequenas rugas no rosto. No peito, as velhas cicatrizes curadas e na memória a vontade de fazer novas cicatrizes no futuro. É com elas que aprendemos a fazer as coisas certas e não nos machucarmos mais.
Cuidarmos mais um do outro, pensarmos mais no bem estar do outro. Nos preocuparmos mais com as pessoas. Pensar no bem estar, e pensar antes de falar. Ouvir mais, aprender com as pessoas mais experientes. Não ter medo de errar. 2018 vem cheio de desafios iluminados pelos fogos de artifícios. Vem como uma nova Beira Rio pronta para uso, e não do desuso, dos imbecis de décima categoria que começam a manipular o patrimônio com suas mediocridades insanas. 2018 está com jeito de alegria para um mostrar ao 2017 que não é a pressa que importa, e sim, a qualidade de como você gasta este tempo. Não é para passar lentamente. É para que você perceba que a segunda-feira pode ser um dia normal e pensando como tal, sem de repente, virar uma sexta-feira. Janeiro não pode ser fevereiro. Devemos ter o receio dessa magnitude corriqueira e atravessar o dia de forma mais calma, mais sadia. Não é de se assustar que quando você olha para o seu filho, ele já não usa mais fraldas, sendo que estava no seu colo até ontem! É, parceiro, a vida passa. E como dizem, é trem bala...
Mas nós somos o passageiro desse trem. Não é porque da janela vemos o sol se pôr que ele não irá voltar. Se um dia foi ruim, o outro poderá ser bom. Somos passageiros dessa vida com o destino em nossas mãos. 2018 pode vir, que estaremos aguardando com a mesma força de 2017. Hoje, no último domingo do ano, estamos entrando no trem bala. O maquinista olha no retrovisor. Nos observa, e com a força do amor nos dá luz, nos dá força, e diz: Estarei sempre com vocês, meus filhos.
Que Deus continue nos guiando. Feliz 2018!
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