A primeira semana de 2017 começou como terminou a última de 2016: passos rápidos, com pressa pra chegar em algum lugar, e nós ainda nos mesmos lugares. Imperatriz com prefeito novo, várias cidades do Brasil com novos representantes. Em São Paulo, João Dória se vestiu de gari. Mas não varreu a rua ainda, talvez preferia varrer do seu escritório. Aqui em Imperatriz, Assis Ramos tem andado muito ocupado, não aprendendo o cargo, mas o exercício do mesmo. Mandar é fácil, mas saber pedir é diferente. Sucesso ao novo administrador do executivo municipal, que por sinal, sabe jogar bola. Já gostei dele.

O ano também começa com a chacina no presídio em Manaus, onde morreram 60 detentos e mais de 200 presos fugiram. A sociedade armada verbalmente, em sua maioria, concordou que bandido bom é bandido morto. Eu sou da tese que sim, que bandido morto é a melhor maneira de se viver em paz, mesmo que por alguns dias. E se esse pensamento fosse prioridade no judicial, pra que prender? Crimes hediondos deveriam ser decididos na bala: Estupro, matar crianças ou adultos, sequestrar... Mas as famílias não têm a mesma periculosidade dos bandidos. As famílias não merecem passar por mais essa dor. Existe a dor de ver um parente ser bandido e de vê-lo morrer, por ser bandido. O Brasil não sente falta de preso. E para o Estado, quantos menos bandido, menor o custo das penitenciárias. Sobre a chacina e sobre a história do bandido bom é bandido morto, Michel Temer disse algo que possa servir em uma futura trégua nos presídios:

"Eu quero em primeiro lugar invocar um preceito constitucional, que nós fizemos inserir na Constituição de 1988. Nos Direitos Individuais verifica que o preso deve cumprir a pena em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo, e nós sabemos que isso não tem sido cumprido. Portanto, está havendo permanentemente uma quase inconstitucionalidade em face do não cumprimento desse preceito. Por exemplo, presos provisórios talvez não devessem ficar no mesmo estabelecimento daqueles presos definitivos. Aqueles praticantes de delitos de menor potencial ofensivo não deveriam ficar nos estabelecimentos daqueles que praticam delitos de grande potencial ofensivo."

Para começar, presidente, quando um homem fere os direitos dos outros, fere os seus próprios. E, claro, concordo plenamente na divisão de presos por delito, para não gerar mais mortes. Bandido tem suas leis dentro da cadeia, e não aceitam qualquer bandido pra dividir o mesmo vaso sanitário. Este preceito poderia ser respeitado, mas a quantidade de bandido é maior do que a quantidade de celas. É praticamente impossível instaurar a ordem que gera desordem, no formato dos presídios brasileiros. Mas você jogar um cara que rouba uma mercearia na mesma cela do cara que mata, sequestra, trafica e extorque, não parece ser o bom senso do qual a cadeia era, a priori, de ter e se tem ou teve, é raro: a revitalização e reintegração do preso na sociedade.

Isto me lembra a história de Pablo Escobar, do qual a  família dele que conseguiu escapar da morte por entregar todos os bens do pai, aos inimigos do mesmo, diz o seguinte: “Meu pai foi um dos maiores bandidos e traficantes do mundo. Mas nos o amávamos incondicionalmente”.

No caso desse bandido, nem o amor da família merecia. Porém, é dessa dor que falo, da família.

Poderiam jogar os políticos do mensalão e da lava-jato no meio dos assassinos... mas eles têm uma cela com sky. Não chega a ser uma cela da qual Pablo Escobar construiu para si, chamada La Catedral, que mais parecia Las Vegas. Mas uma celinha com uns dois pistoleiros...

2017 começou como 2016 terminou: Falando de bandido, de político bandido e de problemas sem as devidas soluções. Os anos passam e os homens continuam os mesmos.

Talvez a mudança apareça na geração do meu filho, com fé em Deus.