Depois de muito tempo, as coisas mudaram. Mudaram de um jeito que, se não fosse possível esta mudança, alguma razão acabaria modificando o rumo que eu achava correto. O pesar ainda fere meu coração por parecer que eu acabei desistindo de algo que mostrava-se predestinado a mim. Como muitos achavam ou algumas pessoas tinham certeza. A verdade é: mesmo com o passar dos anos,  pedimos sempre paz, amor, luz, renovação, conquistas, prosperidade...mas porque pedimos isso todo ano? Será que é porque nunca acontece o que pedimos, por nós não fazermos o que nos propomos a pedir?
Numa convivência tão mesquinha e cruel, nota-se que o ser humano na maioria dos casos é um imprestável. Mas um imprestável não condenável. Voltando à convivência mesquinha e cruel que vivemos, seria um pecado pensar em si mesmo antes de pensar em alguém? O egoísmo não é uma doença. Vira uma forma de proteção, de prevenir-se. O que não impede de fazermos a realização do que pedimos sempre nas viradas de ano. Enquanto mais um ano se passa deixando nem um rastro ou uma pista sequer, para dizer para aonde foi, notamos que nós somos mais escravos do que quem elegemos para cargos públicos. Somos mais escravos, da internet, dos aplicativos, das redes sociais. Somos mais escravos sem direito a liberdade, porque não queremos a liberdade! O primeiro passo para termos é o querer. Ninguém quer se ver livre de um vício que por hora não interfere em nossa saúde mental. A pior parte da escravidão é a política! Deixemos de lado esse papo idiota de que eles são nosso empregados. Você pode dar baixa na carteira da Dilma? Não. E pelo visto, ninguém conseguirá até o fim do mandato. São muitas as coisas que mudaram e muitas as que pesam em nossas vidas, situações ao nosso redor que nem imaginamos o que tem por trás ou quais pessoas estão administrando.
2015 passou tão rápido que eu lembro todos os detalhes de todos os dias e acontecimentos do ano. Na minha retrospectiva pude perceber que quando pensamos no ontem, nós pensamos em vários ontens. E dentro destes vários ontens, analiso com a propriedade de um homem que hoje é pai, de que tudo ao meu redor, o meu futuro principalmente, é tudo o que tenho, o que meu filho terá. Nosso defeito é achar que tudo está sob controle, quando isto é uma ilusão. Nada está sob controle, o controle não existe. Posso citar Mário Quintana e reproduzir um pensamento temeroso, porém não muito longe de uma apoteótica verdade: “O que me impressiona à vista de um macaco não é que ele tenha sido nosso passado; é este pressentimento, de que ele venha a ser nosso futuro” (Algum imbecil pode confundir isso com racismo. Não posso culpar o burro, da falta de carga maior, o cérebro).
Tudo está em nossas mãos. Somos os escravos egoístas mais poderosos do planeta. Porque podemos escolher nosso amanhã, respeitando apenas e unicamente as escolhas do amor. Não vou desejar nada para 2016, nem pedir nem insistir em conversas patrióticas. Eu só quero agradecer. Agradeço a Deus por 2015 e que em 2016 eu continue agradecendo cada vez mais o dom de ser pai, de ter saúde, um trabalho e uma família linda. Se nós nos preocupássemos em agradecer mais, talvez o ano passasse mais vagarosamente, sem a estúpida ansiedade que tanto nos castiga. Um brinde a 2016!
Um brinde à família! Um brinde ao amor! Que seus ontens sejam poderosos amanhãs! Que as mudanças ocorram ao seu redor, sem mudar o que você é.
Um brinde a nós!