O ano era 2009. Na cidade de Copenhague na Dinamarca, o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Mais uma vez, eu fui contra, sabendo exatamente no que poderia acontecer com um evento desse porte no Brasil. Ainda mais, com a turma que disse ter lutado para as Olimpíadas acontecerem por aqui. Olha a turminha: Luís Inácio Lula da Silva (o inocentão, quer morar na cadeia, até que enfim se tocou), Carlos Arthur Nuzman, Sérgio Cabral Filho, Eduardo Paes e Orlando Silva. Só peça rara. Quase um combinado de seleção de 70 com seleção de 82. Só estrela. Passados 10 anos do momento de glória de conseguir que os Jogos viessem ao Brasil, e depois da realização dos Jogos, onde estão os gladiadores, que lutaram por essa tão importante conquista? Onde está Lula? Onde está Cabral? Será hoje, colhem os frutos e os louros da vitória? Vocês sabem como estão esses homens. E sabem como isso terminaria. Olha o que cada um disse há 10 anos, e como estão, 10 anos depois.
Lula, há 10 anos: Aprendemos muito nos últimos tempos. Na realização exitosa dos Jogos Pan-Americanos de 2007; nas Olimpíadas, ano passado, em Beijing; na visita às obras do Parque Olímpico de Londres; nos encontros pelo mundo com membros da família olímpica. Esse é o motivo pelo qual meu governo está tão comprometido com a candidatura do Rio.
Lula, após 10 anos: preso. E quando viu a liberdade bem perto, disse que continuaria preso, por não concordar com a situação do processo do qual responde. Pela primeira vez desde que começou a ser especulado como corrupto e chefe de quadrilha, Lula deu uma dentro. Parabéns presidente!
Sérgio Cabral há 10 anos: Temos projetos consistentes e em andamento nas áreas de infraestrutura, transporte e segurança pública. O nosso trabalho é sério e tem bases sólidas, assim como a candidatura para sediar as Olimpíadas de 2016.
Sérgio Cabral após 10 anos: Alguns anos depois da oficialização da candidatura, Cabral foi preso. Condenado por diversos casos de corrupção e lavagem de dinheiro, suas condenações somam juntas 233 anos de prisão. Admitiu ter cobrado 2 milhões para compra de votos a favor do Rio para 2016. Disse que Lula sabia, mas não participou. Pelo menos, foi o primeiro a dizer, que Lula sabia de alguma coisa. Agora, pense num Governador preocupado com o trabalho sério e com o firmamento de bases sólidas. Só era ilegal.
Carlos Nuzman há 10 anos : O Rio oferece ação, não só palavras. O Rio traz um espírito renovado de paixão. Votem no Rio e abrirão um portal para uma população apaixonada.
Carlos Nuzman após 10 anos: Chegou a ser preso por 15 dias durante a Operação Unfair Play, foi solto com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça , mas precisou entregar passaportes e não pôde deixar o Brasil. Depois renunciou à presidência do COB, que chegou a ficar suspenso pelo COI pelas acusações. Nuzman é ex- jogador de vôlei. E parece que sempre quis ser a bola, no saque das estrelas. O céu é o limite.
Eduardo Paes, há 10 anos: O dever de casa foi bem feito e a cidade está preparada para realizar os melhores Jogos Olímpicos da história.
Eduardo Paes após 10 anos: Prefeito do Rio de Janeiro de 2009 a 2016, chegou ao segundo turno da disputa pelo governo, mas perdeu para Wilson Witzel (PSC). Atualmente trabalha para a montadora chinesa de carros híbridos BYD Auto. Ou seja: resolveu arrumar um emprego depois da política.
Orlando Silva há 10 anos: Uma disputa como esta não se ganha com discurso na apresentação final. Esse resultado é o coroamento de um processo inteiro.
Orlando Silva após 10 anos:
Ministro do Esporte de 2006 a 2011, Orlando é atualmente deputado federal. Ele pediu demissão do ministério após acusações de gastos irregulares em cartões corporativos. Uma viagenzinha aqui, um terninho ali... besteira.
Agora, em relação ao coroamento de um processo inteiro, Orlando Silva falou tudo e mais um pouco. Quase todos sofreram processos. Quase quebraram o Rio de Janeiro. Mancharam a cara do Brasil lá fora politicamente. No que era pra ser um grande evento esportivo no Rio de Janeiro, onde conquistamos até o ouro olímpico no futebol, fica a marca de líderes sem prestígio político no mundo. Na melhor das categorias esportivas, o as salto sem arma, ou originalmente, com vara de bambu no couro do povo, foi o que conseguiu ir mais longe.
Phelippe Duarte
Administrador/Publicitário
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