Nos anos 60, a moda era a Jovem Guarda no Brasil. A música tomava de conta de todos os lares e lugares do nosso país. Os jovens cantores imitavam os Beatles sem pestanejar, com cabelinhos cortados e ternos engomados. O rock tinha o seu lado sossegado, mas do outro lado do mundo, explodia na voz de Elvis, Ray Charles, Jerry Lee e tantos outros, assim como os Beatles. Mas existia um homem, que não era roqueiro, nem sabia cantar, mas aos olhos de Linda, ele encantava...
Sebastião Curt Melo Duarte. Este homem surgiu na vida de Linda como aqueles furacões, tipo Catrina? Ou tipo uma avalanche daquelas nevascas fortes, sem dia para acabar. O homem surgiu como um Tsunami aportando no coração de Linda, e tendo moradia fixa até hoje. Pois depois de Curt, não houve mais ninguém. Curt foi um cidadão simples, trabalhador e honesto. Uma das suas características era a inquietude. Sempre queria fazer algo, montando ou inventando coisas. Na oficina em que trabalhava, tinha em suas mãos a chave para todo aquele mundo, que somente ele imaginava. Depois do batente, rumava para de trás da Igreja de Santa Teresa D’Ávila, onde namorava Linda escondido. Tem muita reza nos muros daquela Igreja...
Então, no dia 30 de maio de 1961, Sebastião Curt chamou Linda para sair de trás da Igreja e levá-la para a porta da frente, em grande estilo, de véu e grinalda. Casaram-se e começaram uma história que gerou cinco filhos. Cinco filhos, gerados tão rápidos, que quando a caçula nasceu, Concita, achou que tinha sido abandonada. Deixe-me explicar:
Alda Olívia nasceu em 25/02/62 (tive que falar o ano, mãe; entende, é pela vovó). Onze meses depois, nasceu Sebastião Curt Melo Duarte Júnior, o Bastico, 25/01/1963. No dia 03/07/1964 nascia Dulce, que teve sua criação ajudada pela tia Zeca. Em 04/09/66, com um breve descanso pra Linda (Curt deve ter viajado), nascia Paulo Sérgio. 04 longos anos depois, 08/12/70, nascia Concita! Tadinha, como não se sentir abandonada, a única que demorou tanto pra nascer! Todos os filhos estudaram no Colégio Santa Teresinha. Alda Olívia foi estudar em Belém, acolhida pelos tios Fátima, irmã de Linda, e Moacir. Mais tarde, Bastico também fora para Belém, sendo o único de todos os filhos que se formou na época. Hoje, além dele, Alda Olívia e Concita são formadas na área de Serviço Social. Uma época gostosa para os filhos brincarem, correrem e se divertirem. Alda Olívia era a mais sapeca, tendo deixado marca de travessura em todos os irmãos. Bastico gostava de tocar fogo em rabo de gato com os primos. Uma infância saborosa.
No final dos anos 60, em 1967, um golpe para Linda. Simplício Alves Moreira, seu pai, o precursor do desenvolvimento de Imperatriz, falecia aos 70 anos. Sua filha mais velha, Alda Olívia, tinha 05 anos na época. Uma dor que partia não só o coração de Linda e deu seus irmãos, mas deixava um rastro de tristeza em toda a cidade de Imperatriz e municípios vizinhos. Com coragem e muita fé, a família Moreira seguiu construindo sua história e legado sem o seu patriarca, o homem visionário que sempre esteve presente. Mas Deus também sempre esteve presente no seio da vida de Linda e de sua família. Mulher fervorosa, ela puxou uma das maiores qualidades do pai: A fé e a força de seguir em frente. E por isso minha vó Linda, que eu sou um admirador da sua trajetória com um amor incapaz de ser medido em altura e proporção.
A morte voltaria a visitar a vida de Linda, mas isso é assunto para o próximo domingo! Aguardem fortes emoções, tanto de partidas quanto de recomeços, sempre celebrando a vida!!!
#linda80
Edição Nº 15515
- 9 - A força da família
Phelippe Duarte
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