Sábado de carnaval fui a São Luís do Maranhão, a fim de resolver problemas relacionados à minha pessoa. Neste percurso, voo de 45 minutos, aconteceram fatos hilários dentro da aeronave.
Sentei-me na cadeira 6C (corredor). Paralelo, sentou-se uma senhora com seus mais de 70 aninhos de idade, acompanhada de sua filha e um neto de seus nove anos de existência.
Embarcaram neste dia 154 passageiros com destino a SL e Fortaleza, muitos para as festividades da folia carnavalesca e outros, simplesmente, curtirem esses dias de feriado, como pressupostos.
Decolagem perfeita, uma balançada aqui outra acolá, nada de assombração. Em dado instante, a anciã entra numa crise de pânico (nervos), se tremendo toda e gritando que iria morrer...
Todos que estavam perto dela deram todo o apoio de solidariedade; consolando-a que a viagem sairia tudo bem; fazendo fisioterapia com massagens em suas mãos e face, com o intuito de acamá-la.
Na poltrona da frente dela vinha um moço “forte”, com uma boina preta na cabeça, virou-se e ficou de joelho no seu assento, colocando uma de suas mãos em cima da cabeça da idosa, invocando aos seus orixás...
Articulando bem alto os nomes de Iansã, Omolu, Oxóssi, Nanã, Ogum, Oxumaré, deuses dos ventos e tempestades, da caça, guerra, fogo e da doença, com rezas fortes para tranquilizar a aflita viajante.
O comissário de bordo, muito atencioso, diga-se de passagem, perguntava para a transeunte se estava com dor no peito; falando que não...
Então resolveu fazer um café bem quente para servi-la como tranquilizante para acalentar sua agonia; ao tomar aquele líquido, terminou queimando o céu da boca... Acabou gerando outro problema sem má intenção.
A filha, uma mulher bem nova, disposta a queimar, ainda, muita lenha na sua trajetória; o menino assistindo todo esse parangolé; em determinado momento ele sai com a seguinte pergunta para sua mãe...
- Mamãe, o que é que a vovó tem?
- Está muita nervosa com a viagem, respondeu a genitora.
O menino, não se dando por satisfeito lhes disse: Mãe, ela está assim porque é matuta (sic)... Nos estudos da sociologia caracteriza que a criança não mente.
Por incrível que pareça, seguidamente ouviu-se o som da gargalhada... Pois não é que a senhora deu um suspiro e ficou em estado de equilíbrio emocional normal!... E ainda disse para o menino: quando eu chegar lá na casa vou dar-lhes uns beliscões...
Resultado final: o voo foi tão rápido, fruto do episódio, só ouvimos o comandante dizer: preparai para o pouso... Aí, a gatinha mãe do sapeca, liga para alguém (marido, companheiro ou amante)...
Filho, já cheguei; estou muita ansiosa... Olha, quando a mulher trata o seu homem com esse tratamento de (filho)!... É daquelas do zói ligeiro. É mais sabida do que morcego de gruta...
(“”) Um solteiro atribui os fracassos ao destino; um homem casado, à mulher.
Fique certo de uma coisa: ela levar do cabra até o título de eleitor... Deixa-o urrando igual jumento atrás de égua em chapada alta.
Mas é assim mesmo; ninguém está isento das indiretas. Quando fui fazer o check-in vem um gaiato e me pergunta: o que você vai fazer em SL? Que pergunta indiscreta!
- Vou a casa ver se o meu retrato ainda está na parede, respondi. Ah! Meu Jesus amado... Ele, com aquela barrigona, parecendo árvore de cemitério... Só serve para dar sombra ao seu falecido... Se manca, oreia seca!
(“”) Sábado de aleluia, carne no prato, farinha na cuia.
Boa quaresma a todos
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