Quando se reúne para louvar um ente querido que suba para o oriente eterno, se ouve tantas asneiras como lamentos, hipocrisias e outras mesmices, até chegar o momento do regresso, não da vida que já se foi, e sim, do corpo para sua última morada.
Camaradas! Família grande é desmantelo quando morre um. É muito berro, gritos, catarro pra tudo que é lado...
- Para acalmar o ambiente triste entra o tenor fúnebre, primeiro com suas salve-rainhas e outras orações constantes de um terço a tiracolo...
- Na verdade, é um momento de dor irreversível – ainda bem, que é um período curto, só de sete dias, quando se celebra a missa de purificação e visita; depois, só restam lembranças e nada mais... só para ilustrar!...
Tudo mudou no tempo... no passado não tão distante, uma mulher paria, por regra tinha 40 dias de resguardo, e comia um “capão capado” por dia, com um quibebe de farinha branca e seca. Lembra-se disso?
Hoje uma parturiente em processo normal, com sete dias já está prenha novamente; comendo todo tipo de carnes, não existe cautela nem dieta para com suas vergonhas.
É como o morto! Se a esposa deixada for nova, bonita e que tenha uma babinha ($) – os galos chegam ciscando sabendo que ela não aguenta mais a “coceira” da solidão e a falta daquele gemido no pé do cangote...
Esses são os caminhos traçados pelas transitoriedades. Aquela voz aguda está prontinha para executar sonoramente seus cânticos de acordo com a conveniência e como consolo para os vivos... “segura na mão de Deus e vá”... a mais cantada!
Num desses encontros desagradáveis que se tem na vida logo depois da morte; sentando num funeral, um empresário da cidade, de língua um pouco salgada, compartilhando da amizade familiar e observante da súplica e do louvor pelo poder da fé, confessou:
Já pedi para a família que quando eu morrer tem duas pessoas que não quero no meu velório... o dito cujo cantador mortuário e a outra - uma corujona de igreja - que não tem mais lágrimas a derramar de tanta dissimulação trazidas nesses momentos mortais, com o gesto de mau agouro(???). Vixe!
Embora, queira ou quer não queira – segura na mão do coveiro e desça a cova do seu esqueleto e não olhe para trás – não tem escapatória... encontrará um (lá do mi ré fá lá si dó)... vai ser murmurado sempre por um rasga-mortalha! Sentando a Pua!
Aí vem o pior! No fim do velório, os gritos da mulher do falecido em estado de lamúria... viver essa aflição é doloroso...
Meu marido!... Meu esposo amado!... Não me deixe! Só faltou dizer que depois da missa dos sete dias arrumarei outro! E haja soluço! Não acredito que a partir de hoje sou uma mulher viúva!...Ai, meu senhor!
Em cada passagem a voz do despacho é entonado e variando ligeiramente os tons quebrantados com a vocalização lírica, como calmante para todo tipo de viúvas fugaz – com suas exceções.
Esse é o caminho:... Espichou as canelas!... Sentou o cabelo!... Que Santo Antônio não deixe a viúva órfã por muito tempo!... senão cria “ranço sepulcral”.
Mas... Nem tudo são perdas, algumas são livramento mesmo. Tenha como ops! Antes de arrumar outra encrenca... frequente a escola bíblica dominical para acalmar as libidos... tudo melhora com o tempo...
...Para não declinar? Namoro de viúva frescal tem uma fonte de energia dos diabos! Todo cuidado é pouco... < Verdade Mentira >... Fala Sério?! ...
Bom dia e um feliz final de semana!
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