Nelson Bandeira

Na feira do Mercadinho, cedo da manhã, tinha um feirante (genro) vestindo a calça pelo anverso, revoltado com sua querida e estimada sogra, só porque matou um pé de pimenta malagueta, não sabendo se foi à maldade da mão ou por urina mesmo (olha que mijo da distinta é potassa pura). Mas, sem maldade, o personagem discordava completamente de outra versão, se não essa.
A pimenteira era cuidada com muita atenção, para colher as pimentas, com o objetivo de preparar molho e ser vendido para os consumidores deste produto.
Mas o casal, por sorte ou por azar, tem suas sogras: mãe do marido e mãe da esposa, concubina, companheira e/ou consorte, de acordo com o título marital.
A rezinga maior vem por parte do pai d‘égua do marido, descarregando o que pode pra cima da coitadinha. A velha tem o poder de para-raios, aguentando todos esses adjetivos pejorativos, como se fosse a ovelha negra da família.
A peste do feirante continua dizendo que essa purgativa não vai demorar muito em bater o catolé. “E o pior, ainda tenho que pagar o velório”. Diz que isso fará com prazer e agradecer a Deus por estar prestes a terminar o sofrimento dessa convivência.
Mas a determinação do mundo contempla tudo de bom e ruim, foi por isso que a menopausa teria surgido para impedir que sogra  continuasse a parir, ao mesmo tempo de suas noras. Por sinal, foi um grande feito que a anatomia sintetizou para esses casos embrionários.
Todavia, é um tema bastante cadente! Existe sogra ideal, virtuosa, doutrinária, teimosa aos extremos, e tantos outros predicados. Tornando-se por força do destino e se fazendo sogras para os delírios dos genros.
Onde tem uma sogra sorridente, tem um genro triste. Por que isso?!
Afirmativa, queira ou não, você é a minha exceção – algo que torna o sujeito por algum motivo exclusivo na vida da pessoa.
Às vezes, é necessário termos a sensação de perda para reconhecermos o bem precioso que temos em nossas mãos.
Portanto, ame sua SOGRA!