Para destrinchar o que pretendo dizer sobre “A REMINISCÊNCIA”, neste contexto dissertativo, fui buscar primeiro na filosofia de Platão o que esta palavra constitui a natureza de ser, para decifrá-la de maneira e de modo evidente.
Diante da contextualização: “A Reminiscência traz recordação de uma verdade observada pela alma no momento da desencarnação e, quando retomada pela consciência, pode ser cúmplice da base de toda a sabedoria ou do conhecimento humano”.
Pois é! Fui à Igreja Matriz da velha cidade de Imperatriz, olhando e observando todos os detalhes nela ainda existentes, contemplando a grandeza histórica construída pelos seus antepassados.
Contudo, passou uma esteira de lembranças na cabeça de todos os tempos. São experiências vividas no cabo da enxada da vida e das mais diferentes configurações... Recordando o passado.
Sempre admirei as oferendas, aos deuses, orações, colação de grau, enfim, a ritualística, especialmente, religiosas, e /ou instituições secretas – desde que haja uma ordenação.
Quando desfrutava da plena adolescência, e muito ligado às atividades da igreja, tanto nas fases educacional, sociocultural e lazer, absolvendo conhecimentos repassados por freiras e padres capuchinhos, de origem italiana.
Na educação moral e ética, a igreja da época ajudava com o admirável pilar de sustentação na formação do aluno-cidadão, passando por esse processo, como uns verdadeiros aprendizes das ações dos bons costumes.
Os párocos italianos arrastavam-se com muita dificuldade a expressão da língua portuguesa; as celebrações e os rituais ministrados eram todos em “latim”. Por sinal, com muita ressonância.
Numa bela manhã, a igreja dispunha sempre de dois padres, com exercício da função, em tempo determinado para o cumprimento de suas obrigações missionárias.
Neste meio termo, duas aves de rapinas conhecidas como “CABURÉ” se mudaram e fizeram seus ninhos no templo religioso, e fazendo suas precisões fisiológicas dentro do ambiente sagrado.
Contudo, o ninhal dos pássaros causou aborrecimentos para um dos padres, ao ponto de o mesmo planejar as mortes desses animais que estavam interferindo na higienização da santa igreja. Na época não tinha meio ambiente para denunciá-lo.
Como naqueles idos todos os moradores da cidade velha tinham uma arma de fogo em casa, de maior calibre as espingardas 20, 12 e 16, que se usavam muito para caçar e ir para a mata da castanha.
Só que nessa empreitada aconteceu um contraste no planejamento do aniquilamento das aves (Caburés); o vigário tomou emprestada uma espingarda calibre 16 para detoná-los.
Tudo preparado para execução marcada para as 6h, antes da celebração da santa missa, por um padre que sofria de neurose de guerra – não podia ouvir estampilho de tiro.
O padre atirador não sabia se ele estava na sacristia se preparando para a cerimônia da celebração sacerdotal.
Ah meu Santo Jesus! Quando a espoleta explodiu naquele ambiente fechado, o santo padre neurótico saiu com a batina cobrindo a cabeça gritando “L Italia é in guerra”! Piedade de mim, ó meu Senhor!
Pense numa desarrumação. Voou pena de caburé para todos os lados da igreja; até a cruz que estava no coreto dos sinos em cima da casa de Deus caiu com o impacto do tiro. Quando passar em frente a este santuário, observe isso.
Finalmente, se perguntou ao vigário bom de tiro. E a repercussão padre desse ato? Respondeu filosoficamente:
“Deus aceitará um coração partido, mas Ele precisa receber todos os pedaços.” Tenho dito.
Deleite-se de um ótimo domingo.
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