O emprego deste substantivo feminino faz lembrar-se do poeta, tradutor e jornalista Mário Quintana: (O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo)...
Oxigenando a mente com a recordação do passado - a demolição do mercado do Peixe! Embora feito rusticamente pelas mãos calosas e faces tostadas pelo sol dos pescadores da Colônia Z-29.
Não tinha nada de arquitetônico. Mas atendia as necessidades daqueles trabalhadores e profissionais da pesca do rio Tocantins e suas adjacências com outros afluentes de águas doces.
A maioria da classe já partira deitada em suas “canoas” feitas de tabas de taúba para o oriente eterno, sem direito ao seguro defeso.
Atualmente, cremos nisso, que as multiplicidades são amadores do que profissionais. Basta-se proceder a um senso da realidade. Agora, se essa categoria é agraciada de outras benesses somente os mandatários colonizados podem responder.
Por que vocacionamos o termo “QUE SAUDADE”?!.. Porque demoliram o que estava servindo e transformara-o na construção de uma torre de babel que não chegar nunca à sua conclusão.
Mas os ancestrais deixaram filhos, netos e bisnetos, com o sangue na veia dessa antiga profissional quando, ainda, o Tocantins era piscoso em todos os seus recantos e anseadas.
Infelizmente, quem vive da profissão submete-se a expor seus produtos ao tempo, na avarenta perspectiva de negócios.
A narrativa é o ponto alto deste conto. Soube que um consanguíneo teria se acometido de um “pico de pressão” ao ponto que altura do olho esquerdo não deu mais para olhar a sombra da orelha. Mas graças ao nosso bom e generoso Deus está tudo normalizado.
Fui ao hospital para visitá-lo. Chegando lá, estava degustando uma sopa de carne branca; pressupõe-se ser predileta, também, dos mamíferos que são uns verdadeiros vigias de galinheiros.
Então, achei por bem levar minha solidariedade ao conterrâneo, amigo e familiar. E por ter nos criados nas barrancas deste grande rio Tocantins.
Onde pescamos, banhamos, higienizamos e bebemos desse precioso líquido... tudo isso num passado não tão distante.
Hoje, a poluição generalizou vergonhosamente, ao ponto, em vê-lo morrer sem um tratamento adequado e/ou preventivo.
Por esta e outras razões, procurei chegar até ao “primo” que estava avariado, e supliquei a ele: Não vá nos deixar antes da inauguração do MERCADO DO PEIXE, não?!
E com aquela voz embargada de um paciente que adora dormir com o ronco estridente de uma “cachoeira” e um “bufar” de um boto, respondeu: será que chegarei aos noventa anos de idade?
Com certeza. Se já tens 69, com mais dois mandatos e uma provavelmente intervenção, do poder público que rege nossos destinos. Terás, sim, a satisfação em ver aquela obra acabada.
Só tem um detalhe. No pretérito o Velho Mercado tinha uma geleira e um equipamento odontológico; mas com aquela grande e última enchente, todos esses bens desceram de água a baixo. Só subsistem saudades!
“Num passado remoto” - provindos para pescar e forçado a trabalhar. Agora, vive-se com um bando de “socós” farofeiros, expostos às suas margens sem qualquer disciplinamento fiscalizatório.
Não dá para acreditar neles. E a poluição ambiental provocando danos e contaminando os recursos hídricos que a natureza nos presenteou, como uma verdadeira ameaça à vida.
Com todas essas intempéries criadas pela burocracia burra municipalista brasileira, que há mais de 15 anos derrubaram os velhos talhos para venda de peixes oriundos dos operários da pesca, que rudemente atendia os usuários.
Nem com os pedidos de intercessão ao Santo Padroeiro dos Pescadores (São Pedro), para desentupir esse caminho, teve êxito. Tornaram o processo tão amarrado e ineficiente quanto ninguém poderia imaginar.
Mas o fundo do tacho que ainda resta desses profissionais acredita no provérbio português: “Aonde foi casa, sempre é tapera”.
Por sorte que aqui na terrinha goza-se de um conformismo e são solidários com os atores da transitoriedade quando entendem e subtende, que:
(...) Primeiro encanto. Depois desencanto. Por fim, cada um pro seu canto... e assim, é a cantiga da coã!
Tchau Julho! E venha Agosto sem desgosto.
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