Há mais de cinco anos que não percorria via terrestre o trecho de Imperatriz a Marabá, no Estado do Pará.
O mais difícil foi feito – a construção da ponte sobre o rio Araguaia, interligando os estados do Tocantins e Pará (BR-230/Transamazônica).
Permitindo assim a passagem de pessoas, automóveis, cambois, etc. e, diga-se de passagem, veio promover facilidade de trafegabilidade na travessia sobre aquele maravilhoso e perene rio.
Mas, para enfear o conjunto da ópera, da cabeça da ponte do lado do Pará, tem uns vinte quilômetros de estrada de chão, desde quando construíram aquela gigantesca obra. Acima está o belo retrato do assombro.
Segundo os entendidos no assunto, para o DNIT, no seu armário e no portfólio de obras inacabadas tem um esqueleto guardado que assombra executivos, diretores e engenheiros do órgão quando vão mexer na vontade de asfaltar aquele bendito pedaço... São atormentados e perseguidos por várias almas malignas, dizendo: não faça!.. não faça...!
A estrada do lado do Tocantins, especialmente de Araguatins até a cabeceira da ponte Dom Felippe Gregory, ou vice-versa, é um verdadeiro queijo suíço, só buraco. Pense num tormento!
Todavia, a vida se resume às memórias... aquilo que se quer esquecer e do que não quer lembrar... Infelizmente! Entretanto, isso é papel e dever dos nossos governantes em repará-los.
Contudo, a viagem ultrapassou todas essas intempéries. Porque o foco principal da ida era participar das comemorações do nosso amigo, irmão, mestre Paulo Bosco Jadão, que completava 80 anos de idade.
Tendo sua vida pregressa repleta de um legado de suma importância para sua Marabá, quer como homem público que foi (prefeito), como cidadão, maçom, acima de tudo, a sociedade que devota meritoriedade reconhecida para seu conterrâneo.
Um evento muito simples, mas recheado da pura beleza; a começar pela sua intenção de imensa espiritualidade, de tornarem-se os presentes que fossem trazidos, em uma “cesta básica”, totalmente doada e de caráter espontâneo, sem preciosismo. Gesto este muito louvado por todos.
O jantar com uma diversificação de gosto, agrado, apetite, escolha... mas o carro-chefe do cerimonial foi o velho e conhecido prato do paraense, o “pato no tucupi”. Pense numa boia!
A musicalidade do ambiente de muito gosto de acordo com a idade contemporânea dos convidados e do aniversariante; muitos sessentões se sacudiram mais do que bandeira do santo divino em época de festejo.
Observei que a cidade de Marabá caminha, se movimenta para diante; movendo-se progressivamente com sua civilização.
A riqueza natural daquela região fez que o progresso fosse vitoriado com o crescimento gradual do bem-estar em direção a um objetivo idealizado. De ser grande... assim está caminhando.
Agora, o conjunto de rodovias sob a jurisdição dos governos respectivos tem que ser trabalhado urgentemente para garantir ao usuário a segurança do direito de ir e vir no exercício do trabalho e/ou a passeio, sem enfrentar esses princípios e a fatalidade da própria vida.
Se você cair na besteira de levar um sexagenário a Marabá, nesses 20 km de estrada de piçarra, com certeza o pobre coitado vai aprender a dançar o “merengue” sem querer.
O sacolejo é por demais; dança no banco do carro, um dos pés marca o tempo e o outro é arrastado no chão de tanto equilíbrio que se faz.
Esperamos que o departamento de transporte acorde e tenha cumplicidade com a sociedade, tirando aquela péssima imagem de 20 quilômetros de buracolândia... Sendo melhor exatamente agora do que aproximadamente nunca.
Última etapa DNIT... as máquinas abandonaram a estrada, deixando para trás um cenário de péssima qualidade para se trafegar. Com o grito abafado, esse pedaço pede socorro!
Como sobremesa da viagem, na volta e por falta de sinalização num dos trevos, erramos o caminho, seguimos até próximo a São Félix do Xingu, como peregrino missionário acompanhado das irmãs bandeiras, como se fôssemos tratar de assuntos indígenas. Pode!
Deus seja louvado! Tenha um bom domingo.