No passado, se transmitia ideias com convicção. Espiritualmente, em se tratando do respeito à Semana Santa... Tradições dos católicos praticantes ou não, a abstinência da carne e outras práticas se remontavam em sacrifício de Cristo na cruz.
Mas Demi Lovato, cantora e atriz, sintetizou: “E nunca se apegue demais ao passado. As pessoas mudam, crescem...A vida é tão engraçada às vezes, você nunca sabe o que o futuro te reserva”.
É com este pensamento que reescrevo a saudade como uma forma de alongar o olhar, limitando ao passando e observando o presente.
Quando se ouvia naquela época equidistante, rompendo o silêncio de tempos idos do passado da madrugada da Semana Santa (quinta e sexta-feiras), substituindo os sinos que ficavam mudos, as matracas assumiam seu papel nas celebrações.
O eco daqueles instrumentos simbolizava que os padres estavam vestindo suas batinas com aquele cheiro de “cupim” para significar abstinência a toda prova durante os dias grandes.
As residências ficavam fechadas e abafadas com aquele odor de pirarucu ardido, porque nem o banho se podia fazer, contradizendo a ação -, o corpo ficava com formigamento e cheio de coceira. Já pensou!
O que a santa ignorância à época fazia?! A falta de conhecimento do que era o “respeito”... faziam-se o uso do ritual de costumes, hábitos, ritos, cultos e regras, como obrigações familiares e religiosas.
Eram dois dias que durante as noites não se podia ouvir o canto do “rasga mortalha”, enrolava-se todo e ficava só com as orelhas de fora... Ela estava anunciando algo que não era bom. Que assombração!
As barrigas dos crendices, tempestivamente, ficavam azeda de tanto comer arroz com abóbora, jerimum e sardinha enlatada. Era um sofrimento de cruz!
A sonoridade pontual e solidária das matracas, produzindo aquele barulho surdo, saindo de casa para a Igreja rezar e beijar os pés dos santos padres, como forma respeitosa a dor do Santo Cristo no calvário.
Todos os sacerdotes eram da ordem franciscana e de origem italiana; missas celebradas em latim; postando aquelas barbas grandes como homens de cavernas para imprimir plena reflexão no decorrer de datas importantes quanto o da sexta-feira santa, principalmente; de vez em quanto molhavam suas gargantas com aquele vinho sacerdotal canônico.
No dia seguinte (sábado da aleluia): preparativos para malhar o Judas... cretinos simbolizando o papel de ladrões e roubador... petrolhão, mensalão, lava-jato não, não, era de galinha, pato, peru, somente de aves domésticas.
Sua condenação quando agarrado...sua cadeia era um “tiro de doze” no lombo do safado e/ou umas lapadas de facão de 22” nas costas dos iscariotes.
Vivificando tudo isso, chegamos ao entendimento de que a Igreja era um conjunto de formalidades na evolução cultural e na prosperidade social da humanidade.
O evolucionismo de hoje acredita-se que a sociedade teve início num estado primitivo (passado) e gradualmente tornou-se mais civilizada com o passar do tempo.
Que Deus habite constantemente em seu interior, podendo fazer de sua vida tempo de alegria. Feliz Páscoa a todos os leitores!
Resumo da ópera: Passado = (ultrapassado) + Santo = (beatificado). Tempos que não voltam mais!