Revendo os meus arquivos sensoriais didáticos, me deparei com as prateleiras quase vazias. O que fiz...
Fui até o Mercadinho, no domingo, feira livre bombando; disse-me- disse por todo que é lado - (DJ x DJ) - colocando de manhã cedo umas músicas sacra como terapia dominical.
Nisso, uma senhora feirante comenta: como é bom ouvir hinos religiosos, deixam a gente em paz... Mas pelo outro, o desatinado fala: mais tarde o diabo baixa e solta com pegadas firmes (funk ou reggae) muito top (sic).
A gíria é o dialeto dali. Os pidonhos vão chegando (me dê um cigarro! Mas de novo? E o fogo? Mas até isso?)... E por aí a estrada da pidança vai se cumpridando.
Nesse interim, aparece um feirante paraibano, da cidade Baía da Traição, município pequeno, muito carola, pároco italiano, de batina surrada e barba crespa, escorrida pelo tempo.
Certo que esse religioso é como se fosse um ouvidor bíblico, a população sempre o procurava para ouvi-lo no que se referia aos conselhos familiares e sociais quanto à presunção da verdade ou da confiança.
Por consequência disso, o nordestino de origem, criava um Sabiá-Ferreiro, de muito valor pelo seu cântico ao amanhecer meio dia e ao anoitecer. O animal era criado dentro de um alçapão de madeira muito bem trabalhada com talos de carnaúba.
Pelo período de Semana Santa, o dono do pássaro, entendeu de presenteá-lo ao Santo Padre, com o objetivo do sacerdote ouvir nos momentos de meditações à sinfonia natural daquele bicho como recurso místico para um bom desleixamento.
O sacro recebeu de bom grado, prometendo que iria tratá-lo da melhor maneira possível até por ser de raça e espécie rara.
Só que no momento de seu recebimento, o pidão campeava por perto e olhando para toda ajeitosidade, neste belo dia de trabalho missal na casa Deus... O pedinchão começou o moído de implorar.
Frei, me dá aquela Sabiá. Não posso! Em dado momento o insistente desocupado estava de trás de uma coluna do santuário... Eh! Cadê a Sábia? Mas que peste enjoado! Retrucou o celebrante.
O porta-voz do Senhor ficou tão atarantado, que terminou dando o passarinho por não suportar mais o Pidão. Só assim, ficaria livre dessa mal arrumada criatura.
Seguidamente chega uma moça para se confessar, ao ponto de revelar que seu namorado queria porque queria viçar (ato sexual breve) antes do casamento. Perguntando ao padre o que ele achava disso. Como Episcopal da Igreja Sagrada, observou a inocente alma existencial, perguntando-lhes: seu futuro marido é aquele que tem um sabiá-ferreiro numa gaiola? É ele mesmo, reverendo...
Então, minha filha, dê logo antes dele endoidar seu juízo... Eu quase largo a batina se não desse aquela prisioneira solitária dentro daquele cativeiro, caso contrário, estava no hospício.
Pior que o linguarudo, que enche saco e toma conta de sua vida... “Xispe”, triste futuro!
Como existem dois tipos de pessoas chatas. Os realmente chatos e... O namorado, que é chato preferido do próximo encosto.
Sejam felizes até que a morte os separe...
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