Este escrevinhador se atreveu a discorrer sobre o episódio da chegada de um pato num famoso bar da 15 de Novembro, que na realidade foi um verdadeiro pandemônio.
Quando se tece comentários sobre aquela ave aquática, vem logo a gaiatice em dizer que é o único bicho no qual os dedos não se colocam anel nem aliança, porque tem a forma palmada de suas patas.
Como a carne de pato é muito apreciada, não falta quem compre esse animal quando é oferecido.
Nesse intermediário, caído no final de semana, bar em funcionamento, aparece uma equipe de trabalhadoras que executam limpeza das ruas, praças, parques e vias públicas, ou melhor, sintetizando, de garis que tratam diariamente do recolhimento do lixo produzido na cidade.
Como a confraria daquele bar é frequentada por pessoas independentes, que não perdem o hábito de colocar o papo em dia, pato e outros bichos não passam sem receber uma proposta de compra, para fazer parte da farra.
Foi o que aconteceu com o solitário “patarrão”. Um dos frequentadores comprou a ave, não sabendo que estava com as asas compridas e sentindo o cheiro e a necessidade de se recompor com o saudável oxigênio puro de água. Ficou muito inquieto.
O inocente condutor da ave (pato) foi soltar no quintal do proprietário do bar, cuja extensão limita-se com a avenida Beira-Rio.
Olha só o pandemônio que aconteceu com o pato no dia seguinte: foram procurar o bicho no quintal e foi o local mais limpo que tinha. O pato escafedeu-se!
Como lá no bar tem profissionais de todas as extirpes, consultaram de imediato um químico para explicar por que o pato havia tomado rumo ignorado e não sabido.
Pacientemente, o entendido no assunto explicou que isso aconteceu porque a ave estava muito estressada e sentiu falta de oxigênio. Como é de praxe, adora mergulhar e nadar em rios, lagos e igarapés. Não deu outra: tentou voo para ir às águas do Tocantins.
Como o animal era grande e pesado, o seu voo só deu para chegar até as proximidades do rio e logo foi capturado sem demonstrar nenhuma resistência pelas almas noturnas de plantão.
No dia seguinte, com ave assegurada, o espertalhão tratou de providenciar a sua venda. Colocou o “cacau” no bolso, sem medir o tamanho da repercussão que o pato ia lhe causar.
Quando o inditoso tomou conhecimento que o pato tinha vindo do quintal do comendador, ah, amigo!
O infeliz que projetou o negócio da venda do animal correu atrás do comprador para desfazer o que tinha feito; por sorte, era um domingo, o adquiridor estava amolando uma faca peixeira para cortar o pescoço e colher o sangue e degustá-lo ao molho-pardo.
No frigir dos ovos: o vendedor do pato conseguiu trazer de volta, mas teve que pagar uma diária no valor de vinte reais por estar em ambiente diferente e com programação de morte agendada.
Examine as asas antes de soltá-los... Senão vai mesmo para panela sem dó e ressentimento.
Tenha um bom domingo de 2015 - com paz e esperança.
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