Como dizia o pensador: “A vida é uma viagem a três estações: ação, experiência e recordação”... Em plena madrugada, nas duas horas erradas de insônia, lembrei-me da folia da Praça da Saudade, frente ao cemitério do Gavião.

Com a existência e significados semelhantes de vocábulos - carnaval não seria diferente, ou seja, confusão, escândalo, alvoroço, troça, entrudo, folguedo.

Como é sobressalente em certas cidades brasileiras, algumas com tradições atípicas aos seus calendários festivos. Exibindo-se de maneira aleatoriamente desejada para galantear coletivamente e/ou individualmente.

São Luís tem muitos cognomes públicos incomuns, como Beco do Quebra-Bunda, Beco da Bosta - Praça da Saudade - nesta, a folgança é tanta, que até defunto se rebola nos seus aposentos eternos.

Quando chega sábado, inúmeros plantonistas das circunvizinhanças levam logo suas roupas próprias para dar uma fugidinha e fazer o um requebro e, biscoitar um macho ou uma fêmea, para o delírio do instinto.

Nas proximidades daquele logradouro existia uma Delegacia de Polícia, por se tratar de um bairro muito “frenesim” de toda a sorte, especialmente a luxuria, excitado pela bebida e por considerar-se de que “ali” ninguém é de ninguém...

Abstraídos pelo “Amor Platônico” vindo de qualquer tipo de relação afetuosa. Os embeiçamentos são loucos e lindos!

Então o Delegado daquele distrito, muito atento às ocorrências durante sua vigilância, ao ponto do comando geral da polícia se questionar sobre a calmaria daquele órgão repreendedor.

Consequentemente motivado pela escassez de fatos denunciados; julgando a priori - se justificaria a continuidade mesmo dessa corporação pública? Embora servindo ao bem-comum?

Ora! O Seu Delega idolatrava o que fazia, e faria de tudo para que jamais aquele distrito saísse do pedaço. Só por falta de causas criminais e penais para lambiscar sua existência? Nem pensar Chefia.

Como bom ludovicense, nascido no povoado “pau-deitado”, admirador de fofões em épocas da gandaia momesca, nas ruas da cidade e, especialmente, naqueles arredores, onde estão vivos e mortos.

Num sábado desses de fevereiro a autoridade policial daquela área, bem perto da vadiagem, vestiu-se de seu fofão, com a charge de homem labioso... Botou a parabela (38) na cintura e caiu na festança...

De vez em quanto engolia umas talagadas de “rabo de galo” para atiçar os espíritos do bem e do mau... Na esperança de ver acontecer algo que desse ibope para sua Distrital... Como por exemplo, uma transgressão vestida de jocosidade.

Não se conteve com amorosidade de ânimo, sacou do seu trabuco estourando três capsulas pra o ar... Pense num Estouro da Boiada... Pega o fofão!... Pega o fofão!... Agarraram e levaram para a Delegacia e entregaram para o comissário de plantão.

E os bufões gritando que queriam falar com o senhor Delegado e o soldado pedindo calma, dizendo que o “preso” já estava recolhido para ser apurada a ocorrência.

Não aguentando a rebelião dos curiosos, o agente pediu silêncio a todos para fazer a seguinte declaração: Senhores brincantes! Todos têm o direito de usufruir de certos momentos de entretenimento, portanto, quem deu os tiros no largo da Praça da Saudade foi o delegado desta Distrital, com o intuito de causar mais um Deliruns tremens (agitações corporais e físicas)...

Enfim, os policiais e soldados são a salvação, a perdição está de quem comanda... E aqui na Ilha do Amor nunca foi diferente.

                                                 Um ótimo mês de junho para nós!