Acompanhando a dimensão das informações sociais de cidades onde se constata com bastante evidência o talhe dos estilos de vidas (grupos) que campeiam no mundo em busca da sobrevivência.

Uns pensam que o poder aquisitivo e aquinhoamento de bens, como remédio da vida! Que ela não teria fim! Ledo engano! Morre o rico como o pobre...

Embora com despachos e/ou velórios diferenciados, de acordo com as etiquetas em sociedade que pertencem. Mas o cheiro fétido é igualmente aos dos desmilinguidos.

Já presenciei muitas partidas dolorosas e outras escandalosas. No final, uns receberão sete palmos de terra nos peitos e outros guardados em gavetas mortuárias...

Para não sentir peso e nem dor. Com sete dias depois estão todos de caras limpas como se nada tivesse acontecido...

Viúvas e viúvos, já se ajeitam à procura de outras “encrencas” para assumir os lares vazios surrupiados pela traiçoeira morte.

Mas tudo é bizarrice. É por isso que a literatura tem suas descortinadas importâncias para a coletividade – espelha e conta histórias dos que estão vivos e dos que já foram.

Subjetivando a diferença nos velórios. Foi quando morava  fora daqui; fui levar minha solidariedade a amigos que por circunstâncias dos destinos os corpos partiram para os cemitérios e as almas realmente se desconhecem os itinerários delas.

Por que disso? Creio que alma significa “VIDA” e não vi, ainda, ninguém depois da consumição (morte) contar história. Aceito como pura ficção!

A parte comovente da morte é quando é entendida de situações controvertidas: com tristeza, pra outros, partiu para melhor – mas o que mais deixa simbolizado para o escriba é a RITUALÍSTICA INFORMALIZADA e o “lero lero” da viagem eterna.

QUAL A DIFERENÇA DA MÁSCARA DA HIPOCRISIA?

Vamos lá: fim da vida dos ricos – as viúvas sempre usam óculos escuros com os rostos cobertos com véus pretos transparentes, e um lencinho básico para completar o estilo. Som de violino, quase sem lágrima. Cerimônia breve.

Velório de pobre dura em média 20 horas e a cor do caixão geralmente é roxa, ao som do berreiro.

Desconhecidos aparecem para filar a boia. Bêbado entra cantando parabéns a você e assoprando as velas... fisiologismo suburbano mesmo!

Aí vem o pior por parte das viúvas. “Por quêêê??? Por que fooooi!!?? (soluços com fartura) Nããããoooo, eu quero ir também (haja soluços) e agora como nóis vai ficar sem você (sic)?”. Pense num fuzuê sepulcral!

Tudo isso sem contar com o tanto de “catarro” derramado e enxugado com a ponta da “anágua”. É melancólico se não fosse teatral.

E as flores que os distintos recebem dentro de seus paletós de madeira, o desgraçado, ainda, com os buracos do nariz entupido de algodão com caroço.

O aquinhoado é perfumado com bromélia coroa imperial, hibisco, hortência, orquídea, lírio-do-vale e tantas outras.

O despossuído é agraciado com o perfume das flores nativas: abricó de macaco, da jurema, do pequi, da sapucaia, do angico do mandacaru...

Desde que o mundo é mundo, que a retórica social é esta. É como o abençoado financeiramente na época de QUARESMA sempre diz:...

Não vou comer carne vermelha por 40 dias... e os miseráveis... não como carne de cor alguma há mais de 365 dias...

Resumo da ópera: Poeta Fernando Pessoa: (“”) “Se, depois de morrer, quiseres escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte”. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus.

Como a aparência externa é somente uma capa – a vaidade, o egoísmo, a hipocrisia momentânea – não deixa nada de aproveitável! Somente os parasitas se aproveitarão.

...Também há vermes nos sepulcros de mármores.

Ah! Platão. Se a humanidade absolvesse o seu discernimento entre a vida e a morte – escolhia – (“”) O melhor túmulo é aquele que maior simplicidade oferece.

Na existência humana tem tudo haver com isso. “Amanhã nem sempre é o dia que se espera.”

Versejando as controvérsias dos possuidores e dos desapossados socialmente...

(“”) “Nascemos sem pedir/morremos sem querer/alguns que morreram, mereciam viverem alguns que nasceram, mereciam morrer”.

Esse é o preço... Bom final de semana a todos.

              Rogai por nós, Santa Teresa D’Ávila!