Tudo aconteceu numa corrutela do interior do Maranhão, quando a ordem dos padres menores capuchinhos, que a igreja católica tinha e fazia, desobriga a região de difícil acesso, catequizando e levando a mensagem de conforto aos povos que viviam na solidão contemplativa.
Contextualizando o fato: frade quer dizer irmão; menor ser ungido pelo senhor; capuchinho é o nome popular devido ao capuz pequeno. São religiosos vocacionados como homem de congregação adorativa.
Naquela oportunidade, os desfavorecidos, carentes, desafortunados, construíram uma pequena “capela” para que os capuchinhos itinerantes fizessem suas pregações, confissões, batizados e recomendações perpétuas.
Todavia, os mensageiros elaboravam o calendário para o oferecimento dos sacramentos, incluindo a confissão como doação pessoal dos católicos crentes.
Pertinente a fórmula de reconhecer seus pecados perante Deus e a Igreja. Para o povoado, estava ali um santo pregando sua mensagem de convencimento.
Os peregrinos andantes ficavam hospedados nas casas daquelas famílias de melhores “posses”, embora as demais contribuíssem com doações de aves domésticas, principalmente... Como diz o velho ditado popular: “Barriga de padre é cemitério de galinha.”
Mas vamos ao fato que nos interessa, depois do preambulo feito: Uma senhora de aproximadamente 60 anos de idade postou-se diante do frade e disse que desejaria confessar-se.
Entretanto, o homem de ações religiosas notou que a senhora chorava muito, enxugando suas lágrimas com uma toalha de rosto, que copiosamente caíam; sempre olhando para o altar e o teto da capelinha.
O franciscano, muito bondoso, chamou a senhora para fazer sua confissão, que na realidade parecia mais com uma revelação pessoal... O que, realmente, era.
Assim sendo, a confessada passou a dizer ao padre (*) que não aguentava mais viver com a separação de seu marido: “Vivi com ele mais de 40 anos; um relacionamento dos melhores; agora me vejo sozinha, com esse vazio impreenchível”.
No entanto, depois de ouvi-la, o missionário entendeu que a causa da separação fosse uma inconveniência de casal, unicamente - coisa corriqueira que facilmente acontecia com as famílias nos tempos idos.
O peregrino, então, contrapõe dizendo a ela: “Não se desespere irmã; converse com ele, diga que as causas são imotivadas de razões; reconquiste; relute que com certeza ele voltará para o seu convívio e serão felizes para sempre”.
Mas, assim mesmo, ela continuou chorando. Num inesperado momento, soluçou bem profundo e revelou ao santo presbítero: “Minha separação é de caráter definitivo sacerdote! O meu marido morreu”.
Ah... Minha serva! O seu varão bateu foi a biela! Momento hilário do pastor. O que significa biela, padre? Bateu as pestanas para sempre! Com certeza, ele está em outra morada, com residência perpétua. Pense numa lambança confidenciária!
O senhor sabe o endereço, santo padre? Olhe bem, tem duas moradias: uma no céu e outra no inverno. E lá não tem “CORREIOS e nem IBGE”. Quando você morre o destino lhe encaminha e designa qual o real endereço, sem o CEP - de sua nova residência.
O pregador voluntário, se mostrando cansado com sua labuta com a pobreza, ao ponto de contradizer o seu próprio trabalho de evangelização.
“Se nem Jesus que era Jesus... não conseguiu a agradar a todos... como eu poderia!”
Assunto colhido na inigualável feira do Mercadinho... poço de cultura popular.
Reflexão para um bom domingo: “É melhor chegar atrasado neste mundo do que adiantado no outro”.