Nelson Bandeira
A noite aponta e inspira, fascina os poetas, sejam eles jovens ou velhos. O luar, as estrelas que contribuem para a criação de versos e pensamentos, especialmente sobre a sombra do Jatobá Nativo. Se não mais existe, o nome ficou cravado à beira das águas cristalinas do rio Tocantins – lugar localizado entre a praia do Imbiral e da Gaivota, chamado pejorativamente de “Espoca Bode”.
O sugestivo nome de Jatobá, também, atende pela alcunha de Jataí, Jutaí e Pão-de-ló-mico, no tocante, momentaneamente, ao estado da alma do poeta, do escritor ou do escrevinhador.
Pois é. Naquela enseada, como porto obrigatório para o poeta conquistador, paquerador, onde faz do tempo livre a usabilidade do deleite para contemplar o gosto com um delírio equilibrado nas suas citações românticas.
O poeta é como cigano: dependendo do lugar que lhe acomode e satisfaça sua grandeza íntima e da alma, monta sua tenda.
Assim o fez, construiu uma morada como ponto de apoio, para expor sua inspiração e satisfazer o regalo do peito... Bebemorando, pescando, admirando as águas cristalinas do santuário rio Tocantins; regozijando a beleza de suas margens com suas matas ciliares para o completo contentamento.
Mas o homem-poeta é também caçador do amor, de alguém para compor e relacionar-se como forma de minorar, às vezes, a solidão do artista; no alpendre de sua morada de veraneio, rede sertaneja esticada com uma pérola deitada e cognominada de “sardinha gata”, para completar a estreita satisfação. Tratada carinhosamente.
Postado ao lado de uma mesa feita de tronco de um jatobazeiro, escrevendo suas nuances, porque as matizes do lugar lhe confortam como música para ouvir, bem legendada de acordo com o meio da convivência.
Além do trinar e da sinfonia dos pássaros, o fitar dos olhos do poeta direcionado afetuosamente e na intimidade que é peculiar à sua queridíssima “Sardinha”, por sinal muito sugestivo esse nome e original para a região escolhida – suprassumo do ômega-3.
Hora por outra, outros poetas campeiam no seu habitat para o deguste de um drinque, saboreado com peixe frito no azeite de coco babaçu.
Nisso não faltam causos verídicos ou não, mas de fato completa e resgata história... Satisfazendo o que significa “o que anima” a alma.
Não vou citar o nome do poeta amigo, mas é um bravo lutador, e sempre se dispôs a fazer a diferença entre a alma e o espírito do homem. A natureza, onde sempre sintetiza que nossa flora é predominantemente verde. Desta cor doce e suave, para acalmar e harmonizar o cansaço da vida.
Se alguém descobrir qual o poeta que me deu satisfação de contextualizá-lo, ele dará como prêmio um cambo de peixe “avoador” tratado ao ponto de frigideira. Corra atrás!
Mário Bonatti profetizava: “A vida tem a cor que você pinta”.
Bom domingo!
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