É terrível, inoportuno e inconveniente chegar em casa, ligar a televisão e deparar-se com a pregação do fanatismo enganador, de pegureiros desorientados do conteúdo apostolar. É insônia na certa!
O lero-lero da ganância, da ambição desmedida de riqueza; desejo ávido de obter o lucro com a ladainha da hipocrisia. Vixe!
A carência da fé, dos rebanhos dominados através da lavagem cerebral, com atores preparados para dramatizar na dimensão do exagero, como forma de convencimento aos desprovidos de sentimento e crença, principalmente, da medicação terapêutica.
Os serenos que caem nos templos ficam molhados com o choro em excesso, pelas ações das obsessões apresentadas. Chuvisca mais do que telhado coberto com ralo. Pense num teatro de zombaria, desdém, escárnio público!
A filosofia aplicada é audaciosa, onde o passante sempre leva ao conhecimento de seus fiéis... com o crescimento do rebanho, o mensageiro, também, é sustentado – sejam bem-vindas distintas ($) garoupas, onças, micos dourados e araras; os viveiros e aquários estão disponíveis para recebê-los (as). Não se acanhe não!
Mas não se apoquente: esses criatórios são as casas de créditos - os ambientes de adorações têm os números das contas bancárias respectivas; se os adeptos não depositarem... Papai do céu, não vai gostar! Isso é o coral dos malvados.
O contraste de tudo isso são esses falsos profetas; recebem rios de dinheiro de origem ludibriada, isento de imposto de renda e tantos outros tributos, só porque usa com falsidade o nome de Deus.
A malandragem é tanta, acintosa que o pregador leva seus atores portando deficiências físicas, como: mordidas de cobras, erisipelas, mostrando seus estados antes fotografados e depois curados. Para tapear seus admiradores de cérebros lavados.
E o pior que todos esses procedimentos hipotéticos são isentos de quaisquer penalidades jurídicas, ou seja, são desobrigados - aliás, ainda, são reconhecidas pelo governo como utilidade pública. Gostou ou quer mais?!
Diante de todos esses teatros descortinados, faz lembrar o comentário feito pelo então oficial do brilhoso Exército Brasileiro, se referindo ao curandeirismo.
Em missão nas brenhas da Amazônia, encontrou uma pessoa mordida por uma cobra peçonhenta; e a receita dos moradores mais antigos, experientes, orientou fazer o seguinte:
“Corra atrás de uma (bosta) de cachorro, mas só presta se o bicho for todo preto, caso contrário nada feito”.
A comitiva caiu no campo com o intuito de salvar a vida do companheiro. Para alívio de todos, encontraram o “tolete” procurado para fazer um chá bem forte para extirpar o veneno.
Não é... que um da comitiva, com medo de ser picado, também, por um animal venenoso, pediu um pedaço do “esterco” para vir roendo, com o objetivo de tornar-se imune dessas picadas peçonhentas. É melhor prevenir do que remediar. Toca-se, vacilão!
Assim são esses pregadores fariobacas - que vivem usurpando a inocência dos desgraçados desvalidos de educação, consciência, de que esses gestos curativos são todos fantasiosos e mentirosos.
É a prática da má fé: agir de forma intencional para prejudicar terceiros. Os programas televisivos, especialmente à noite, só encontram esses meninos mais sabidos do que morcego de gruna. São os famosos beijos secos, para poupar salivas!
Valei-me, Nossa Senhora do desterro!
Assim sintetizou o pensador Samuel Ranner: “Se curandeiro fosse um cantor, muita gente já teria sido curada pelos famosos poetas de cordel!”
Vamos nos ater ao Livro Sagrado: “Que atrapalha os sinais dos falsos profetas e faz tolos os adivinhadores, que derruba o conhecimento dos sábios e o transforma em loucura.” (Isaias).
Bom domingo... Graça e paz vos sejam dadas.
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