Diz que o vazio ocupa um espaço imenso. Amigo de amigos teve a oportunidade de conhecer um preto “velho” que mexia com espiritismo pelo qual tinha uma linha de MACUMBA.
Isso lá pras bandas do “pau deitado”, cruzando pela Maiobinha, isso uns 25 anos atrás, num lugarejo chamado de “Sovaco de Cristo”, em São Luís do Maranhão.
No entanto, doei 50 metros de piso para ser assentado no salão onde seriam realizadas as sessões naquela casa da pajelança.
O que me chamou atenção foi que nas paredes do templo tinha escrito as atividades que ali faziam, como: “coisa trabalhosa, complicada, embrulhada, intrincada”. Pense numa reza forte para essas encrencas!
Oxalá que os espíritos encarnados davam-lhes garantia de solução para os problemas questionados, como por exemplo: moça velha encalhada, doidona para arrumar um homi (sic)...
Era a descrição da carência e a clientela muito pobre que andava perseguida por uma revoada de “mutucas”. Mas sempre com a esperança de serem curadas e resolvidas suas questões pessoais.
Alimentavam-se com peixes cinturão ou guaravira, mais fácil de pescar, por isso que os insetos tipo moscas acompanhavam o cheiro desses vertebrados degustados com farinha de puba. Era o cardápio desses coitados.
Certo que, ao iniciar os trabalhos ritualísticos fui convocado pela “quequerê do oriente” para saber se meu corpo era fechado ou aberto.
Já tinha tomado umas quatro cachaças, mesmo assim, tremeleei na base. Quando a caramboleira me encostou de costa a costa, deu três rodadas no quadrilátero da sala de recepção com aquela “ladainha de terecozeiras”...
(“”) Já vai já vai meu caboclo já vai – andei andei, andei. Quem não pode com a macumba – não atiça macumbeiro (bis). Vixe! Fiquei arrepiado.
Sair mais soado do que uma cuscuzeira. Graças aos meus orixás que eu tenho meu corpo fechado! O preto velho gingava mais do que “galo molhado de chuva”. E haja cachaça no bucho!
Terminados os trabalhos, fomos para o terreiro de eventos, depois da inauguração do templo com o nome de TIRIRI DAS ALMAS – Laroiê Exus e Pombas Giras – Salve vossas forças!
Como diz o aluno da aula do professor Raimundo: Quem não tem dinheiro conta história! (sic).
O pai velho “abana-cauda” acrescentou que na macumba tem cinco coisas indispensáveis para a realização dos trabalhos de bailar no terreiro...
01: a gira; 02: despachos; 03: o quarto dos santos; 04: disciplina e 05: atabaque sagrado.
Coloquialmente, andei incorporando um espírito aventureiro para que na literatura da transitoriedade não deixasse pelo menos de citar algo que participei e vivenciei no mundo dos cultos afro-brasileiros.
Não se apoquente: desloque-se ao mercadinho, feira livre da desordem pública, lá informa: “se sentir sintomas que indicam a presença de encostos espirituais”...
Não pense duas vezes: vá à casa de IBÓ (lugar de oração) com ajuda de AJÉ (poder de feitiçaria)... Ali ninguém deixa a língua no varal!
Muito AXÉ dos deuses africanos para este final de semana.
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