Essa veio do interiozão do Pará – confissão de uma testemunha do povoado “FOGO ACESO” sobre o uso frequente da “diamba” – para os entendidos e/ou letrados trata-se no científico de Cannabis sativa.

Mas, naquele povoado, o nome provinciano é “diamba” mesmo. Lugar esse localizado nas brenhas do Parazão; o único som musicalizado que se ouve por lá é o “guinchar” das guaribas – por tão pobre que é.

Ainda existe nesse país de Pátria Educadora lugar que o isolamento social é assustador – só é visto e lembrado em época de eleição ou algum caso de polícia e de grande repercussão.

Fora isso, os mulambos só chegam à casa atochada pelo cigarrinho do capeta; por essas e  outras presepadas que a polícia tirou de circulação uns dois jacás cheios do produto do índio e proibidos para consumo do homem branco. Caramba! É o mesmo que olhar para o cacique delirando com um cigarro de muamba, em noite de luar.

A autoridade, muito avessa a esses procedimentos ilegais, mandou intimar um dos fumadores para ter uma conversa sobre o consumo desse estimulador de apetite e orientou que trouxesse, também, uma testemunha para falar sobre o assunto.

No depoimento do pitador, falou para o doutor delegado que foi orientado pelo padre romeiro que fumasse especialmente ao entrar da noite para espantar as “maracanãs” que poderiam contaminá-lo de febre “sezão”.

Como o “capim seco” é um santo repelente, assim fez a parcial abstinência com a utilização da erva maldita.

Adubou um pedaço de terreno e plantou umas trouxas de pés de maconha para usar com esse objetivo. Afirmando que só serve para essa finalidade e nada mais. Ficaram muito frondosos, por sinal.

A testemunha, por sua vez, foi chamada para depor segundo a lei, sobre a existência e a natureza do fato denunciado.

Para se chagar mais próximo da verdade com o compromisso de não se meter na incorreção de falso testemunho... a oitiva disse ao delegado que já tinha falado muitas vezes para o seu “cumpade”... cumpade, largue a danada dessa “diamba”, moço!?

Sempre alegando que fazia porque o padre havia lhe recomendado para espantar os “pernilongos” à boquinha da noite, a revoada era muito grande, nem o gato escapava de seus ferrões. Não faz mal a ninguém, cumpade! Só seu “delega” que vem com essa besteira de fumaça ser crime.

O lugarejo é tão desmilinguido que é capaz de você ver um burro ensinando e sendo um bom orientador. Lá é capaz de você encontrar um cavalo sorrindo. Tá doído, moço!

A pobreza e o mato atormentam esses indigentes e só resta a lamentar que: com a ausência do cachimbo “carnábicos)... só não mata mais sovelas que picam aqueles carecidos porque agora esses mosquitos são  sangue do seu sangue... Tenha dó, chefia, desses meninos!

Existir é sofrer... Cada dia é uma surpresa! Deus ilumine a todos.