Dois distintos caçadores programaram ir à mata com o objetivo de capturar uma “ANTA-SAPATEIRA”, um dos maiores mamíferos da América do Sul. As fêmeas são mais cortejadas pelo tamanho de até 2 x1 metros, pesando seus 300 quilos.
Só que tinha um contraponto: um dos caçadores era amador, com seu porte atlético avantajado no tamanho e peso, estimando-se em 120 quilos; tudo deveria ser preparado com reforço redobrado para que o pretendente chegasse à espera com toda segurança. Haja abnegação!
O seu companheiro de mata arrumou tudo direitinho, ajudando o colega a subir a certa altura no local escolhido como ponto observatório para o caçador ficar vigilante até a hora de atirar no animal farejado.
Mas o esperador obeso não lembrou que, antes de sair para essa tarefa de caça/selvagem, tinha comido um abacate, uns vinte caroços de jaca, meia dúzia de pequi. Essa trilogia frutífera, mais cedo ou mais tarde, ia trazer um resultado devastador.
O segundo caçador armou, também, sua espera numa distância de 50 metros do outro sobrecarga e ficou esperando o que poderia acontecer naquela espreitada. Não deu outra!
O silêncio da noite chegou. O mais experiente ficou de sobreaviso; ouviu um “ronco” como se fosse uma trovoada de barriga. Pensou logo, será do amigo que está na minha frente? Não acredito que ele vai desmanchar a caçada!
Lá pela madrugada, o bicho veio pisando, pisando, quando se aproximou o caçante (gordinho), soltou umas “flatulências” repetitivas que a ANTA saiu assobiando igual guarda noturno dormindo com o apito na boca. Pense nuns puns! No linguajar comuníssimo gasoso, ou seja, peido mesmo. Pense numa catinga!
A caçada prejudicada pelo resultado da mistura que o caçador amador fez só com frutas pensando ser antidiarreico deu no que estava previsto; esperou o dia amanhecer para avaliar o estrago de como se encontrava o gordo ainda atrepado.
Na literatura selvagem: “O p... é o grito de liberdade da m... oprimida” – nada foi aproveitada (rede, lençol, calça, cueca, tudo foi jogado no brejo)... até o peixe jabiraca saiu da toca enlouquecido pela fedentina. Pode!
A flatulência é um problema. Quando é feito sem regra, aumenta o efeito estufa; produz muito metano.
Foi uma catástrofe para os caçadores – o Criador quando fez o mundo e criou a ANTA, tomando emprestados de outros animais, partes, por isso tem a forma de porco, pé de rinoceronte, os cascos de boi e o focinho parecido com uma pequena tromba de elefante.
O bicho é bruto! Mas a flatulência bem preparada como foi feito pelo gordinho... é uma assombração para esse animal selvagem, que sai correndo e assobiando: “A noite mais Feliz”, desses predadores... assim foi o desmantelo que a Anta fez no caminho de volta, com a exalação bufada no lugar de pólvora e chumbo.
Como bem professou o pensador Rafael Silveira: “O caçador vira caça quando menos preza sua presa.”
Desejo ao leitor um ótimo domingo.
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