Pela maneira simpática, com a boca arregaçada e admirando a importância se seu nome dado espontaneamente ao estádio de futebol cognominado de “O GOBILÃO”, localizado no vilarejo (Espoca Bode), na povoação Jatobá.
Como é que é? “Sic” o relinchar do jegue no momento da inauguração deste recinto dedicado especialmente às competições esportivas da localidade ribeirinha... onde a população masculina é maior do que a feminina.
Mas de que modo veio a origem desse prenome? Qual a causa que se justificou a veneração do aludido animal? Tudo bem! Passam-se as respostas aliadas aos comentários.
Defronte ao apelidado estádio tem uma Igreja Católica, salvo engano com o nome de Bom Jesus da Lapa, o dia todo um time de jumento fica deleitando no campo o “capim” como se fosse máquinas trituradoras de gramas.
Já à noite esses mamíferos podadores de tapetes verdes, para o exercício do futebol do lugar, vão para a concentração e se alojando todos para dormirem na calçada de entrada daquele templo religioso.
São todos menos corpulentos que o cavalo, mas com orelhas mais compridas; fazem e executam os serviços de limpeza e conservação com a preparação, adubação e fertilização, para o crescimento do capim de “burro” (nativo), como é chamado.
Nada mais justo em homenageá-lo com esse codinome para a mais indicada área de esporte e lazer, o sugestivo espaço “O GOBILÃO”!
Para você ter uma ideia da importância daquela praça de esporte, já revelou um atleta para o Santa Cruz, hoje está no Paraná FC, provindo da povoação Espoca Bode. Tá vendo?!
Perto do estádio acomoda-se um espectador, letrado que finge tão completamente apaixonado pelo lugarejo, degustando sempre em finais de semanas umas “tapiacas” fritas com óleo extraído do coco babaçu (in natura).
Quando possível, levanta-se de sua inspiradora tipoia para ver os embates travados naquela arena de desportos, respaldando sempre a originalidade do batismo do jerico vindo antes de Cristo, da região do baixo Egito. Um berçário literário!
Logo que começou a prática desse entretenimento naquele recinto, reunindo o time local contra o povoado “Camarão”, tudo levava a crer que a disputa ia cuspir fogo...
Não aconteceu porque houve um imprevisto inusitado; como só tinha uma bola, e no fundo de uma das traves do (guarda-meta), ostentava um frondoso pé de jatobá de bastante altura.
Com uns vinte minutos de peleja, um dos zagueiros camaronês deu-lhe um chute de arrepiar, a bola subiu tanto que se alojou na copa fechada do jatobazeiro. E aí?
Sem escada que alcançasse altura de uma das galhas, um velho torcedor teve a ideia de buscar em casa uma espingarda calibre doze, deu um tiro na região do esconderijo da pelota, sem êxito, derribou foi uma casa de marimbondo “surrão”.
Ah! Amigo, quando os marimbondos se espatifaram ao chão, começaram a picar o que tinha pela frente, deu-lhe uma esporada nas vergonhas de um cão vira-lata. Valendo-se de tanta dor acompanhado de uma febre “tifoide”, obrigou-se a jogar nas águas curativas do Rio Tocantins para acalmar o tormento.
Diante de toda essa tragédia, o rifiri do jogo era um pescador de “jau”, depois de verificar a impossibilidade de continuidade da partida, encerrou a disputa bem litigiosa por sinal... motivação: bola enganchada!
Como bem disse Neném Prancha, massagista, olheiro e filósofo do futebol: “Se concentração ganhasse jogo, o time da penitenciária não perdia uma.”
Até logo!
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