Este indicativo tem como profissão - Delegado de Polícia do distrito de Perizes de Baixo, do município de Santa Rita, se avizinhando da povoação de Estiva, no Estado do Maranhão.
Este homem da lei não usava algemas e tampouco outros instrumentos para inquirição, e sim outros métodos, que lhes garantisse agilidade na apuração do trabalho miliciano em tempo previsto.
Era “sui generis” na área de segurança pública, ao começar pelo seu antenome – Delegado Escroto – certo que o meliante infrator, com ligeireza “vomitava” tudo que cometia sem qualquer agressão física.
Naquelas imediações tinham muitas (mulheres de leque), as formosas bichonas; tinha uma boate com o sugestivo nome de Pinguela Caída... O que tocar se dança...
Qual seria o segredo da atuante autoridade? Vamos ao contexto: naquela jurisdição existia um campo muito grande, com vários arbustos nativos como “mangues”, parte terra e de alagadiços...
Servindo também para pastagens de animais, como búfalo, porcos e outros muares. Só que tinha um, porém, o que sobrava de beleza daquele lugar era refugio epidêmico de muriçocas tipo sovelas.
Quando as encrencas maledicentes chegavam naquela Delegacia, a autoridade policial chamava o autor, colhia seu depoimento e depois mandava guardá-lo para meditação e posterior exibição do confessado.
Como tudo tem tempo para o juízo do flagrante, próximo da expiração do prazo o infringente é intimado para confirmar sua versão sobre o delito cometido.
Entre o certo e o duvidoso - seu delega - passou a fazer um exame mais apurado com o auxílio da natureza. Isso mesmo!.. Bastante ecológico.
Colocou-se o transgressor na viatura e levou-o para o meio do campo de perizes... Escolheu um local bem baldio, com o réu despido de vestuário (nu), dentro de uma jaula de ferro, “a ermo”, das 18h em diante...
A guarnição ficava com a sua volante à espera das explicações do distinto. O vadio na aguentava duas horas de picadas de muriçocas, abria logo o bico... Contava direitinho como praticava, arquitetava os danos que foram feitos.
De volta à autoridade, determinava que seu corpo fosse lavado com vinagre para matar a reima das pontoadas dos insetos parceiros na investigação. Para depois, dar-lhes o castigo merecido.
Além de agente, era detetive, um verdadeiro hat-trick (tinha truque), não era à-toa que aquele aldeamento não mais aconteceu crimes hediondos, roubos, arruaças, porque sabia se fizesse tinha que revelar, porque a “informática” estava com os ferrões prontinhos.
Se cair na égua (entrar em cana)... Até gato brabo (ladrão que sobe em telhado) vai conversar com os pernilongos que não tem alma e nem pena de ninguém.
Essas carapanãs serviam de alimentos para sapos, rãs, pererecas e lagartixas... Com a astúcia deste delegado, passou a contar com outra finalidade nos depoimentos investigatórios.
É interessante a inventividade e a criação desse método de inquirição para desobedientes... Como Deus criou os pássaros, aí veio o Demônio e criou as muriçocas... E o delegado bolou mais essa estratégia para confissão.
A despesa que a Delegacia tinha – custo zero – somente o sangue do individuo para alimentar os mosquitos (bicudas) que precisavam para reprodução por ter a vida bem curta.
(...) O pernudo me picou e quando fui matá-lo lembrei de que agora ele é sangue do meu sangue e não tive coragem...
Tchau!
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