Isso mesmo. Quando sua massa corporal é superior à normalidade, corre o risco de acidentes. Todavia, incorporando nesse texto o assunto determinado, correlacionando-o com um fato acontecido.
Vejamos. Fomos a uma pescaria na cidade de Macapá, no estado do Amapá, num dos belos rios que cortam aquela região, o rio Araguari.
Certo que o amigo que residia naquelas paragens programou esse momento de descontração, com o objetivo de capturar alguns vertebrados, o mais conhecido do rio, o jaú.
Esse peixe gosta de habitar em rios com pedrais e de muita correnteza, chegando alguns deles a medir 2 metros de comprimento e pesar quase 180 quilos. O corpo é grosso e curto, cabeça grande e achatada.
Na comitiva organizada pelo amigo de Macapá, tinha um gaúcho, pesando, sei lá, uns 130 quilos, barrigudão, maluco por pescaria.
Chegando ao local determinado e escolhido pelo guia que nos acompanhava, saiu distribuindo as pessoas em pontos estratégicos, para exercer a atividade de pescador amador.
O gauchão botou logo o olho grande e escolheu ficar em cima de uma pedra enorme, perto do pedregulho, e lá começou instalando sua tralha.
Como a pior gordura que existe é o olho gordo, no lugar do gauchão se acomodar primeiro, não. Tratou logo de jogar sua linha de pesca nas águas correntes do rio.
Avexado por demasia, portando uma linha grilon, número 200 mm, amarrou na cintura, sem camisa, com um nó corrediço, arremessando com um piau cotia espetado no anzol.
Feito isso, foi arrumar seus teréns, até porque ia passar o dia todo na atividade pesqueira, sem camisa, e com aquela estrondosa barriga à luz do dia, e jogando água, com um balde, de vez em quando, para hidratar o corpo.
Olha só o que aconteceu!
Um jaú duns 30 quilos fisgou a isca de sua linha, que estava amarrada em sua cintura. Com o sopapo do peixe, o nó correu e começou a acochar, acochar. Aí o gauchão começou a gritar: “Tchê! Tchê! Corre que a linha com o jaú está cortando minha barriga! Tchê, vem depressa! Cuida! Ô Santo Ângelo!”.
Corremos pra lá e antes de chegar perto dele cortamos a linha grilon, para evitar dano maior. O gauchão deu ufa! Do tamanho da pedra em que ele estava de pé.
Moço! O arrocho foi tão grande que queimou a barriga branca do gauchão; ficou assado, como se um cobreiro estivesse nele.
Depois dessa, o gauchão se deslocou para a margem do rio, armou sua tipoia, encheu o bucho com pão sírio e foi dormir, dizendo antes: “Não quero nem saber mais de jaú! É um verdadeiro cabeça-de-porongo (cabeça-dura)”.
Quem quer pescar há de se molhar!
Tenha um bom domingo.