Navegando nas águas cristalinas e puras do Rio Tocantins, até a praia dois irmãos, outro santuário da natureza.

Época de Rio cheio. Objetivo: passeio e pescar. Comitiva grande; embarcação de 30 toneladas, com toldo; período de Semana Santa; enfrentando mutucas e muriçocas... Fazendo parte.

Saindo do cais do porto com alvorada de foguetes; fogão acesso até o regresso. Abastecimento completo. Bebidas à vontade.

Primeira parada no povoado Saranzal; compramos um cacho de coco da praia e uma banda de capivara seca. Segue viagem, até o destino traçado.

Os riachos que despejavam suas águas ao Rio, vinha com muitos peixes de várias espécies, ao ponto de seguramos uma meia dúzia de piau copelobo, recomendadíssimo para uma boa brasa...

Degustando-os, salpicado de água e sal, comum suculento molho de pimenta malagueta acompanhado de uma excelente farinha de puba.

O lero-lero da comitiva era a tônica maior da perambulação; uns mais afoitos e outros um pouco acanhados por ser marinheiro de primeira viagem.

O comandante-mor chefe da tribo; falou tá falado; a língua tem o poder de dirigir e assim foi familiarizado para todo o percurso hídrico.

A grande encrenca acontecia no momento de fazer as precisões fisiológicas; o ambiente não dispunha de banheiros; fazia-se dentro d’água ou no mato – era opcional.

Sempre têm aqueles apoucados que não se dispõe para tal feito; como estávamos atracados numa pequena ilha inundada, somente, os galhos de sarã ficaram à mostra.

Ancora afundada; zoada sem limites; aportado perto de uma das margens do rio; por sinal, defronte de sitio com muitas fruteiras, embora, abandonado.

Chega o momento do transe; um da comitiva pede para o timoneiro para que seu capataz levasse-o até o outro lado de terra firme, para fazer sua evacuação de praxe.

Ordem dada, canoa disponibilizada, seguindo ao destino desejado. Só que tinha que abrir as moitas de calumbi para fazer o desembarque do principiante convidado.

O guia do traslado falou que quando terminasse desse um toque que virei apanhá-lo. OK!

Mas o tempo foi curto por demais; quando o necessitado arriou o calção, foi atacado pelo enxame de mutucas e muriçocas; não deu nem para levantar o gongó, disparou-se numa carreira e caindo dentro dos calumbis.

Moço! A emenda foi pior do que o soneto. O atormentado ficou com o corpo todo latanhado pelos os espinhos das ervas ciliares daquele local. Foi para compressa quente e de gelo.

Como a língua é o chicote do corpo... Olha só no que deu? O proprietário do sítio desertou-se daquilo ali, porque não suportou mais o tormento daquelas pragas.

Como a dor foi sem limite; terminou aliviando-se dentrod’água, lascado de arranhões; com o direito de ouvir os sussurros de gozações dos demais, em ver aquela pele branca toda riscada.

Sempre o ser humano tem o lado de contos e fábulas; o angustiante imaginou que depois de muitos anos, iria dá uma “defecada” primitivamente, campestre...Lascou-se!

Mas têm pessoas afobadas, precipitadas, sem o mínimo de cuidado (Avexado Come Cru)...Que sirva de exemplo: todo desejo é circundado por iminentes perigos. Pense num cipoal de espinheiras!

A salvação foi porque o chefe maior, nunca deixou de trazer nas suas andanças seu litro de tintura de jucá e aguardente alemã, para serenar essas dores intempestivas.

As reações de picadas, coceiras, vermelhidão, alergia, igual tão somente a de mosquitos maruim; esses bichos são totalmente chatos e insuportáveis, aguenta quem quer; nem os animais domésticos aceitam.

 Portanto, fica como lição: “O que se lê se esquece; O que se vê se recorda; E o que se faz se apreende”.

A paz começa com um sorriso de dentro para fora! Bom final de semana.