Lições
A humilhante goleada de 7 a 1 sofrida diante da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo de 2014 fez mais do que enterrar o sonho da seleção brasileira de enfim ser campeã mundial em casa. Porém, o pior placar dos 100 anos de história da equipe traz também lições que podem nortear um projeto de recuperação com vistas ao Mundial de 2018. Longe de uma fórmula mágica, a lista abaixo apresenta sugestões de erros cometidos que precisam ser evitados para que nos próximos quatro anos a seleção chegue ao torneio em condições bem mais realistas de disputar um título que em 2014 esteve ilusoriamente perto. Segundo os experts, a lista é a seguinte: apresentação de variações táticas, equilíbrio emocional, continuidade e coerência, não confiar nos resultados da Copa das Confederações, pois são enganosos, rodagem faz diferença, favoritismo anunciado é injustificável.

Seleção do chororô
Desde o início da Copa, o emocional dos jogadores da Seleção Brasileira estava acima do normal, e por isso ficou conhecida como a seleção do chororô. O próprio capitão Thiago Silva demonstrou falta de equilíbrio emocional quando o Brasil disputou em penalidades máximas com o Chile e venceu o direito de chegar às quartas de final. Um capitão, que é o líder de uma equipe ou de quaisquer outros comandados, jamais pode demonstrar fraqueza. Thiago Silva demonstrou isso quando, antes das cobranças de pênaltis contra o Chile, sentou em uma bola e desabou, precisando de ajuda dos que ele comanda dentro de campo para se erguer emocionalmente. Pode até dizer que o episódio com Neymar pode ter afetado o grupo. Uma possibilidade, mas em uma seleção de jogadores rodados, como a brasileira, isso não pode ou poderia acontecer. É evidente que agora fica fácil a caça às bruxas, mas a situação é caótica e jamais se poderia imaginar que o povo brasileiro um dia passaria por tamanho vexame.

O que eles disseram

Galvão Bueno
O narrador da TV Globo se abalou com o resultado da partida no Mineirão. Nem todo seu tradicional otimismo sobreviveu aos sete gols alemães. “Perder é do jogo, é esporte, mas perder dessa maneira, olhando o adversário fazer gol atrás do outro, jamais, ninguém viu”, disse, para depois citar um apagão na seleção: “Maior apagão da história do futebol mundial”.

Casagrande
O comentarista esteve no Mineirão para o duelo das semifinais. Abalado, segundo ele mesmo, citou falhas no meio de campo do Brasil: “Não tem como explicar, é difícil analisar. Estou meio baqueado, chocado com o que aconteceu, tínhamos de ter fechado  mais o meio, ter jogado fechadinho, nosso time não é tudo isso, nós abusamos da coragem”.

Ronaldo
Comentando o jogo no qual perdeu o recorde de mais gols em Copas do Mundo, o ex-atacante reclamou da tática escolhida por Luiz Felipe Scolari para o duelo contra os alemães: “Temos de terminar com dignidade, opção tática está errada”, disse.

Torcedor brasileiro
O torcedor brasileiro que lotou todos os estádios por onde o Brasil jogou foi maravilhoso. Deu total apoio, principalmente nas horas terríveis pelas quais passou a seleção, inclusive na última terça-feira. Teve momentos que vaiou, porque afinal ninguém é de ferro, mas a soma dos apoios dados é maior do que os apupos ouvidos nos momentos de desespero total, como foi no jogo contra a Alemanha. A Seleção Brasileira não pode reclamar dos torcedores.

Discretos
Entendo que também está na hora de a Seleção Brasileira usar a mesma discrição dos alemães. Não se viu em momento algum o endeusamento de nenhum jogador da Alemanha. Eles foram para o sul da Bahia, onde aparecem com familiares e fizeram grandes amizades na cidade Cabrália, cujo município foi escolhido para a concentração. Aqui no Brasil, ao contrário, o endeusamento de jogadores é grande demais. Precisamos deixar isso de lado e  irmos em busca do que está acontecendo no mundo do futebol, com as novas táticas, com a modernização da preparação física, que pelo vi nessa Copa do Mundo, estamos muito longe disso.

CURTINHAS
E vou dizer uma coisa para vocês/////////E a Alemanha não meteu 10 ou 11 ou 12, porque os jogadores, até por uma questão de respeito, tiraram o pé////////////O Brasil treinou pouco, os jogadores tiveram muita folga e desde o início, contra seleções de nível inferior, já vinham demonstrando fraqueza//////////Contra Camarões, que selou a passagem para as oitavas de final, o Brasil chutou cachorro morto, venceu por 4 a 1 e todos acharam que era o melhor time do mundo////////////Ainda na fase de grupos, quando pegou o México, uma seleção mais abalizada, empatou sem gols////////////O Brasil levou 11 gols em seis jogos, uma média jamais ocorrida contra a seleção pentacampeã do mundo.