Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. "Saudade", só conhecida em galego e português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar". No Brasil, o dia da saudade é comemorado oficialmente em 30 de janeiro. (Fonte: Wikipédia)
Pois esta mistura de sentimento e de pura saudade eu senti na sexta-feira à noite - ou melhor, na madrugada de sábado - no Jô Soares e Som Brasil da Globo, que homenageou a Música Romântica Brasileira, que para alguns é a música brega. Brega nada. A música é muito é boa. Conheço muita gente que em determinadas rodas diz que só escuta jazz, MPB, bossa nova, mas na sua solidão ou no seu mundo particular escuta uma "Boate Azul", "Seu Amor Ainda é Tudo" ou "Fio de Cabelo". Ou ainda "Garçom" ou "Cadeira de Rodas", curtindo pra valer Mato Grosso e Mathias, João Mineiro e Marciano, Chitãozinho e Xororó, Reginaldo Rossi e Fernando Mendes, entre outros cantores românticos.
Pois bem! Na sexta-feira, para minha alegria e de milhões de brasileiros, a TV Globo fez muita gente matar a saudade. Primeiro, no Jô Soares. O apresentador fez dois blocos de entrevistas com o mais brasileiro dos portugueses, o sempre simpático Roberto Leal, que também cantou na abertura do programa. Senti saudade do ano de 1977, quando assisti a uma apresentação de Roberto Leal na Escola Técnica de Comércio, em frente ao SBT de Imperatriz, onde hoje funciona uma Faculdade. E um detalhe: não sei o que o Roberto Leal faz, mas o rosto do cara é praticamente o mesmo. Ele tem mais de 40 anos de profissão e a imagem é quase a mesma. Mas foi bom revê-lo e relembrar do "Bate o pé, bate pé" e outros sucessos.
E valeu também esperar mais um pouco e por volta de 2 da manhã assistir ao "Som Brasil", da mesma Globo, quando também matei a saudade ouvindo Odair José, Fernando Mendes, Reginaldo Rossi, Amado Batista e outros bambas do romantismo. Já disse aqui na coluna que adoro chorinho, o mais antigo ritmo brasileiro, e disse até que meu sonho é implantar o Clube do Choro em Imperatriz (em Brasília eu frequentava direto o Clube do Choro). Gosto também da verdadeira MPB: Cartola, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Pixinguinha, Waldir Azevedo, João Donato, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Gal Gosta, Maria Betânia, Tom Zé, Jorge Mautner, etc., etc., etc., mas não abro mão da Música Romântica Brasileira, que para alguns é brega. Então se os cantores românticos são bregas, eu sou "breguista" de carteirinha. Viva todos os bregas do Brasil. Valeu Ray Douglas, Stênio, Zezo, Moacyr Franco, Nelson Ned, Aguinaldo Timóteo, Paulo Sérgio e tantos outros.
Por tudo isso, senti saudade da minha juventude em Imperatriz: bem vivida ao lado de verdadeiros amigos.
Por falar em saudade, parabenizo minha mãe, Iraídes Lima Rodrigues, que no dia 26 de julho completou 86 anos de idade. Parabéns, mesmo atrasado, publicamente, muita saúde e paz para a senhora.

Um abraço a todos, boa semana e até terça-feira.