Indignado, presenciei dois exemplos de falta de educação e ofensa ao meio ambiente na segunda-feira em Parauapebas (PA). O primeiro ocorreu no final do dia, quando nas proximidades do já quase morto rio Parauapebas, perto da famosa Portaria, onde se fica a entrada principal para a Serra de Carajás, diga-se acesso à mina explorada pela Vale, impedi mais um ataque ao rio. Dois rapazes chegaram em uma moto - com uma pequena cabine para carregar duas pessoas e com uma carroceria suficiente para transportar botijão de gás de uma empresa da cidade. Só que os rapazes não transportavam botijões, mas sim lixo: plásticos, latas, papelões, garrafas e outros objetos prejudiciais ao meio ambiente.
- Isto aí é lixo?... perguntou o cinegrafista que estava comigo gravando umas “cabeças” (escalada ou manchetes principais e de blocos de um programa de televisão).
- É. Respondeu na maior cara de pau um dos rapazes?
Aí eu entrei na conversa, reforçando a pergunta e o jovem entregador de gás confirmou que era lixo e que jogaria na rampa que dá acesso ao rio Parauapebas.
- Aí não é local para se jogar lixo. Vá lá na saída da cidade em direção à estrada de ferro, que você encontrará um lixão adequado para colocar esse material que você leva aí, afirmei, indignado.
- Mas todo mundo faz isto, disse o rapaz.
- Mas aí não é o local. Aí é a beira de um rio e uma área de preservação ambiental. Se você jogar este lixo aí vou denunciar você e a empresa em que você trabalha ao ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade). Jogue para você ver! - alertei o entregador, que acabou, junto ao seu amigo de entrega, desistindo daquela jornada absurda, talvez a mando dos patrões. Pelo menos naquele momento, eles não comentaram um crime ecológico. Apesar da recusa, eu e o cinegrafista gravamos o flagrante e fizemos uma rápida reportagem alertando a Secretaria de Meio Ambiente do município sobre o que vem ocorrendo às margens do já cambaleante rio Parauapebas, que corta a cidade de mesmo nome. (Em Tupi guarani, significa “rio de águas rasas”).