“Nossa, você vai trabalhar dia 25?”, foi assim que a avó e o tio da jornalista Fernanda Amalfi reagiram quando ela contou que trabalharia no Natal. A data é uma das poucas do ano em que a maior parte das empresas permanece fechada, parte das grandes companhias opta por dar férias coletivas e volta a abrir apenas no ano seguinte. Alguns profissionais, no entanto, não podem tirar férias ou parar de trabalhar. Médicos, bombeiros, policiais e jornalistas geralmente fazem plantão e aguardam pela escala do final de ano para definir suas agendas pessoais.
Formada há dois anos, Fernanda é produtora na Fox Sports Brasil e neste 25 de dezembro terá seu primeiro plantão natalino em sua carreira. Ela sempre comemorou o Natal com seus pais, irmão, avós maternos e tio, mas neste ano será diferente. A jornalista ficará de plantão das 11h às 18h, porém acredita que o dia de trabalho não será muito atribulado. “O esporte fica bem fraco nas últimas semanas do ano e como não cobrimos factual, acredito que vai ser bem tranquilo”.
O problema, aponta a produtora de 23 anos, é precisar de fontes no dia, já que muitas não querem abrir mão de alguns minutos do almoço em família. “Se tivermos que entrevistar alguém ao vivo será difícil. As pessoas estão almoçando nessa hora e não querem dar entrevistas”.
Almoço em família. O compromisso já foi riscado da agenda da jornalista Thamires Andrade. Ela também é uma das plantonistas do dia 25 de dezembro. A redatora do UOL conta que a família, a princípio, ficou triste com a notícia. “Eles ficaram bem chateados, mas expliquei que é normal e que vai acontecer outras vezes. Depois, todos entenderam. Meu pai e meu avô, no fim, ficaram felizes e disseram que é um bom sinal, afinal, tenho um emprego”.
A família de Fernanda, por sua vez, recebeu a notícia do plantão com naturalidade. Ela conta que o pessoal da sua casa já está habituado com essa situação. “Meu pai [Ailton Amalfi] também é jornalista, trabalha na concorrente Sportv. Neste ano, ele não está escalado, mas minha mãe e meu irmão já estão acostumados. Houve Natal, por exemplo, que ele passou fora de casa, teve que viajar”.
Desde que escolheram seguir a carreira no jornalismo, Fernanda e Thamires têm consciência de que escalas de plantão em feriados são comuns. “Faz parte, tem que ter plantão, tem que ter alguém acompanhando e monitorando”, diz Thamires. E para quem acha que trabalhar no Natal é coisa do outro mundo, Fernanda responde: “Quando você liga a TV ela está no ar? Então é porque tem gente trabalhando”.
Edição Nº 14588
Por: Anderson Scardoelli e Renata Cardarelli
Lima Rodrigues
Comentários