Ainda é cedo quando Sandra Annenberg leva a filha Elisa ao colégio. No caminho, as duas assistem ao ‘Bom Dia São Paulo’ e cuidadosamente a jornalista aumenta e abaixa o som dependendo da notícia. Apesar da rotina corrida, a âncora do ‘Jornal Hoje’, da Globo, organiza tudo e volta a tempo de buscar a pequena. “Tudo é cronometrado! Mas pra quem está acostumada a entrar ao vivo todo dia, é fácil”, afirma.
Antes mesmo de ser mãe, em 2003, o tempo já era curto para a profissional. Sandra conta que sempre estava à disposição, pronta para ir aonde a notícia mandasse. Foi assim até os últimos meses da gravidez e, depois de quatro meses, voltou a trabalhar meio período. “A empresa foi super parceira, portanto a adaptação foi muito tranquila. Consegui amamentá-la até os 10 meses”.
De acordo com ela, a maternidade muda tudo e nada na vida profissional. “Explico: nada mudou porque a rotina de um telejornal não muda, é sempre corrida e continuo à disposição do meu trabalho, nunca recusei nenhum desafio por ter tido minha filha. Mas dentro da gente tudo muda. O olhar para o mundo é outro, tudo nos sensibiliza muito mais. E o olhar do mundo também é diferente, temos mais medo, afinal sabemos mais dos perigos que nos espreitam”.
No caso de Renata Ceribelli as coisas foram diferentes. A jornalista, que foi mãe de gêmeos aos 25 anos, época em que sua carreira estava começando, gostava da vida “imprevisível” de repórter e estava sempre pronta para viajar a qualquer momento ou ter que encarar uma madrugada inteira em uma reportagem de última hora. Depois de 1990, quando Marcela e Rodrigo nasceram, Renata deixou o SBT, foi cobrir férias na Globo de São Paulo e seguiu para a TV Cultura, onde fazia reportagens para o ‘Vitrine’. “Senti na pele a falta de apoio de creches para as mães com recém-nascidos. A adaptação exigiu coragem para deixar meus bebês com uma babá, mas sempre com a supervisão da avó, para minha sorte”, conta.
Para ela, a experiência como mãe também a deixou mais sensível e forte para enfrentar os desafios da vida. “E isso, claro, reflete no trabalho, na hora de fazer uma reportagem, na maneira de ver a vida, de se colocar no lugar do outro”. Hoje, com os filhos grandes, ela continua organizando o tempo da melhor maneira possível. “Estou sempre reunindo a família em almoços em casa. É uma forma de estar com todos. Só que agora, quando os almoços acontecem nos domingos, tenho que sair mais cedo para apresentar o ‘Fantástico’”.
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