Correspondente nos EUA, Giuliana Morrone tenta manter laços do filho com o Brasil

“A maternidade me ajudou a crescer, a ter mais cuidado com os outros e com o mundo. Ensinou-me o que é o amor pleno. Levo esse ensinamento quando saio para fazer minhas reportagens”, diz a jornalista.
Em Nova York desde 2007 como correspondente da Globo, Giuliana Morrone coleciona matérias e traz para o País os acontecimentos do exterior. Em conversa com o Comunique-se, a profissional falou sobre jornalismo, maternidade e particularidades de criar o filho fora do Brasil.

Ainda que a mudança de país pareça algo complicado, na família de Giuliana isso não é novidade. O pai, Italiano, escolheu as terras brasileiras para casar e criar os filhos. A jornalista comenta que ir para os Estados Unidos em função da profissão foi tranquilo e que, com relação ao filho, a única dificuldade foi a de ajudá-lo a manter a ligação com o Brasil. “Meu filho passa o dia inteiro estudando e conversando em inglês, não tem amigos brasileiros. Procuro sempre mostrar para ele as notícias do Brasil”.
Antes de ser mãe, a rotina da jornalista era bem diferente - voltada, principalmente, ao trabalho e à academia. A chegada do filho, que hoje tem quase 16 anos, mudou algumas coisas e, segundo ela, para melhor. “Fiquei mais sensível, com o foco mais apurado. Coisas de mãe. Nunca deixei de viajar a trabalho ou de cumprir tarefas profissionais por causa do meu filho”, explica. O jornalismo, inclusive, contribuiu muito com a maternidade. “Jornalista não fica sem respostas, não? Acho que essa foi a maior ajuda. Sempre procuro entender meu filho, desde bebê. E nunca tive medo de perguntar, para os pediatras, para os professores e para ele”.
Preocupada em mostrar por meio de uma perspectiva interessante para o Brasil as notícias internacionais, Giuliana sempre está pronta para uma viagem inesperada. Ela comenta que, para urgências, uma mala com algumas peças de roupa fica pronta. Nesta semana, ela foi para Catskills, uma cadeia de montanhas do estado de Nova York, para produzir uma reportagem especial para o ‘Jornal Nacional’. “Antes de viajar, conversei com meu filho sobre a pauta. Ele me deu sugestões, fez perguntas, dividiu comigo o que aprendeu sobre o assunto nas aulas de biologia. Ele sabe que o que eu faço é importante”.
Apesar da rotina corrida que envolve o jornalismo, Giuliana não abre mão de fazer o jantar para o filho. O momento fica reservado também para trocar ideias sobre livros que estão lendo, comentar sobre o futebol americano e vídeos engraçados do Youtube. “Mostrei aquele ‘Para nossa Alegria’ e ele me perguntou: ‘mãe, em que idioma eles estão cantando?’. Ele não entendeu nada”.
Para Giuliana, o filho soube tirar proveito das peculiaridades da profissão dela. “Ele sempre teve os olhos abertos para o mundo e isso o ajudou muito nesses anos em que viveu em Nova York”, completa a jornalista, que vai se despedir de Nova York no início do próximo semestre, quando voltará ao Brasil para ser repórter da Globo em Brasília.

Um abraço a todos e até semana que vem.