Costume trazido pelos portugueses e espanhóis para toda a América Latina, a malhação do Judas no sábado de Aleluia aos poucos vai desaparecendo das grandes cidades, restringindo-se cada vez mais ao interior do Brasil. Malhar o Judas é uma tradição folclórica que exterioriza emoções.
Sábado de Aleluia é o dia de malhar Judas. Seja na forma de um político ou o governo, ou da fofoqueira do bairro ou qualquer pessoa que incomode, os bonecos vão subir aos mastros dos postes e, ao meio-dia, serão malhados a pauladas, explodidos, queimados, atropelados, enfim, eliminados. Como bodes expiatórios, é neles que o povo vai extravasando a sua insatisfação com a situação reinante.
No começo, o boneco representava a figura do Judas Iscariotes; aos poucos, outras personagens foram substituindo o traidor de Cristo, numa manifestação folclórica tradicional, da qual participa toda a comunidade, do avô ao neto. Os nossos Judas aparecem em postes, amarrados em carros, deitados nas ruas e, em muitos casos, deixam até testamentos. Além disso, às vezes, o ato da malhação é realizado ao som de músicas especialmente compostas para a ocasião. (Com informações do folclorista Meire Berti Gomiero Fonseca, publicadas no site: www.brasilcultura.com.br)