A criação de um fundo internacional voltado a financiar ações complementares das políticas públicas de reparação é uma das principais propostas contidas na Carta de Salvador, documento que sintetiza os debates realizados pelas entidades da sociedade civil organizada durante o Afro XXI. O texto foi entregue na noite de sexta-feira (18) a Enrique Iglesias, que comanda a Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib), entidade que propôs a realização do encontro, que terminou no sábado com a reunião de chefes de Estado para aprovar a Declaração de Salvador.
Segundo Epsy Campbell, militante do movimento de mulheres negras da Costa Rica e escolhida a representante do fórum de entidades na reunião dos chefes de Estado, “esse fundo deve garantir uma resposta às necessidades, não para substituir as responsabilidades dos governos, mas para complementá-la e reforçá-la”.
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, destacou o grande passo dado com o evento. “Precisamos ter marcadores ao longo do tempo. Durban foi um e nós vamos fazer deste Afro XXI um novo marco de mudança de rumo. Nós precisamos encontrar formas efetivas para que os governos atuem dentro dessa questão, para que possamos trabalhar com outros parâmetros sobre o que é inclusão”. (Assessoria de imprensa do Afro XXI)