A gente trabalha muito para conseguir algum dinheiro ao final do mês. Uns trabalham utilizando a voz como instrumento, outros os pés (jogadores de futebol) e a maioria as mãos. E, claro, a inteligência recebida de Deus. A maioria pega no pesado e vive com as mãos calejadas do cabo da enxada, da foice, do facão ou do machado. Quanto mais trabalha no pesado, menos ganha ao final do mês. De qualquer forma, todos lutam pela sobrevivência e correm atrás de algum dinheiro, mesmo que seja como reciclador, ou seja, catando latinhas nas portas dos bares para vender em empresas de reciclagem.
Pois bem! Recentemente, eu estava vindo de Canaã dos Carajás (PA) para Parauapebas (PA), uma viagem de 65 km. Havia parado em um posto de gasolina e almoçado uma boa comida caseira feita em fogão a lenha. Ao sair do posto, assim que peguei a estrada vi uma senhora caminhando e levando consigo uma sombrinha, por causa dos raios solares. Parei o carro e ofereci carona. Perguntei para onde ela ia e a jovem senhora me disse:
- Logo ali na frente.
Percorri mais de três quilômetros e perguntei:
- A senhora ia andar tudo isto a pé?
- Sim. Por que não? E vou ficar mais ali na frente.
- Mas de outra vez não seria melhor pegar uma van para evitar andar tanto sob esse sol desta hora de início de tarde?
- A van cobra às vezes até R$ 5,00 e eu não tenho. Sou assentada, disse ela.
- É, e tem muita gente que não dá valor para R$ 5,00....
E antes que eu completasse minha frase, a senhora afirmou: - É...moço dinheiro não está fácil. E como a gente não tem, o jeito é ir a pé mesmo, faça chuva ou faça sol. Para mim, R$ 5,00 é muito dinheiro.
Moral da história: valorize mais os seus R$ 5,00.
Edição Nº 14975
A força de R$ 5,00
Lima Rodrigues
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