Imperatriz viverá mais uma grande Exposição Agropecuária, de 7 a 15 de julho. É a 44ª, que é considerada a segunda maior feira agropecuária das regiões Norte e Nordeste do país. A expectativa é de que a Expoimp movimente cerca de R$ 30 milhões em negócios, incluindo leilões, comercialização de animais e financiamentos.
A coluna entrevistou com exclusividade, via email, o presidente do Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), Sabino Costa, e ele fala sobre sua expectativa, destaca as inovações e a importância do evento para Imperatriz, critica o novo Código Florestal e reclama da falta de apoio aos produtores rurais. “O produtor rural no Brasil não tem apoio nenhum, de um modo geral ele é perseguido. Ele tem enorme dificuldade para com o crédito. Se você comparar, lá fora o crédito é subsidiado, eles têm uma enorme facilidade. Aqui não, nós temos dificuldades. No bioma amazônico no qual estamos inseridos há mais de três anos estamos sem acesso ao crédito”, desabafou Sabino. Confira a entrevista:
Presidente Sabino, qual sua expectativa sobre a Expoimp deste ano?
A expectativa, sempre, é que possamos fazer um evento maior do que foi o do ano passado. Maior em volume de negócios realizados, maior em público, e que possa atender às expectativas de todos os segmentos envolvidos na Expoimp.
Quais as principais atrações da programação deste ano, como shows e leilões?
Nós temos uma agenda de shows que é a seguinte: no sábado, teremos Mariozan Rocha, um grande show que abre o primeiro dia do evento. No domingo teremos a dupla Maria Cecília e Rodolfo, uma dupla sertaneja que pela primeira vez irá se apresentar em Imperatriz. A segunda-feira tradicionalmente é a noite dos evangélicos, que vai trazer a cantora gospel Fernanda Brum. Na terça-feira é a noite da família católica, que traz este ano a banda Dom, uma banda de São Paulo muito conhecida nos movimentos religiosos da igreja católica. Na quarta-feira temos a abertura oficial do rodeio com Marco Brasil, que é uma atração à parte. Na quinta, voltada ainda para o público do rodeio, nós traremos o Amado Edilson, um cantor que trabalha muito essas músicas ligadas aos vaqueiros e às vaquejadas, que tem tudo a ver com a questão do rodeio. Na sexta-feira nós teremos também uma dupla consagrada nacionalmente - João Bosco e Vinicius. No sábado, teremos uma atração regional que ainda não está definida, mas será alguém da terra, até para que se possa ter um dia com ingressos a um preço mais acessível. E o encerramento no domingo nós teremos, além do artista Arthur Danni, um jovem que está se destacando atualmente no cenário nacional, inclusive com músicas em algumas telenovelas, teremos, encerrando, o show da banda Calypso, uma banda bastante importante na nossa região, de grande sucesso. Essa é a nossa agenda de shows. Já a nossa agenda de leilões começa no domingo, 8 de julho, com o Leilão Balde Branco do Leite. Segue com o Leilão Tropa de Serviço, onde serão oferecidos animais de serviço. Na terça-feira, teremos bezerros de corte, produtos de inseminação, no Leilão Pec-Sêmem. Na quarta-feira temos o Leilão Nelore, produção da Vale do Mutum, onde serão ofertadas matrizes, novilhas e reprodutores da raça Nelore PO. Na quinta-feira teremos a festa do Nelore Elite, são animais que participam das pistas, animais de um padrão genético superior, este é leilão encabeçado pela Fazenda Arco-íris, aqui da região, principal investidor da raça nelore e mais outros parceiros aqui do Maranhão, como a Fazenda Igarapé, lá do município de Igarapé Grande, do Dr. Não, e um terceiro que deve ser lá de Timom (MA). Esses três grandes criadores do Estado vão promover esse leilão. Na sexta-feira nós teremos um grande leilão da raça Manga Larga Marchador, promovido pelo núcleo da Amazônia, em que nós teremos uma pista regional muito forte com mais de 100 animais da raça manga larga marchador, disputando esta pista, e alguns desses animais serão ofertados nesse leilão que terá criadores de vários estados próximos como Piauí, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Pará, Tocantins. Encerrando no sábado, nós teremos o leilão da raça Tabapuã promovido pela Agropecuária Vale do Mutum, que traz sempre convidados entre os maiores criadores dessa raça no Brasil. Como a fazenda Água Milagrosa, de São Paulo, Renato Garcia Fernandes de Uberaba, José Coelho Vitor, do Pará, entre outros criadores de renome nacional que participarão junto à agropecuária Vale do Mutum, ofertando animais basicamente reprodutores e algumas fêmeas de qualidade superior.
3) A Expoimp hoje é considerada uma das principais exposições do norte do país e do Maranhão. A que o senhor atribui essa conquista?
Olha, é um trabalho de 44 anos. Primeiro, Imperatriz é uma cidade que tem uma forte tradição na pecuária. A abertura dessa cidade se deu com alguns ciclos econômicos, todos ligados ao setor primário, mas foi consolidada efetivamente com a pecuária, principalmente a pecuária de corte. Então, isso nos tornou referência e este trabalho que o Sindicato vem fazendo ao longo desses 44 anos realizando essa Exposição fez com que chegássemos ao ponto de termos um grande Parque de Exposições, como é o Parque Lourenço Vieira da Silva, uma propriedade do Sindicato dos Produtores Rurais de Imperatriz. Essa estrutura, organização e força da pecuária em nossa região fizeram com que a Expoimp ganhasse expressão regional. Hoje, a feira é conhecida e, se não está melhor no cenário nacional, é em função do isolamento sanitário que o Maranhão está submetido nos últimos anos.
4) Como o senhor analisa hoje o agronegócio, a agropecuária e a agricultura no Brasil e na região Tocantina?
Apesar das perseguições que tem sofrido em relação às questões ambientais, o agronegócio tem sido nos últimos anos o principal fator para o desenvolvimento do Brasil, para o superávit da nossa balança comercial. É um segmento muito importante, responsável pelo crescimento econômico do Brasil nas últimas décadas. Hoje somos competitivos e, principalmente, incomodamos o primeiro mundo porque temos condições de, sem nenhum subsídio, produzir alimentos a preço bastante competitivos. Isso está incomodando bastante, sobretudo, aos americanos e à comunidade europeia, que não consegue impor barreiras comerciais e procuram através das barreiras ambientais dificultar a nossa atividade. Mas nós temos competência, tecnologia e capacidade de continuarmos produzindo, compatibilizando produção com preservação do meio ambiente. Este é o grande desafio, mas acredito que vamos continuar crescendo e vamos continuar tendo um importante papel no desenvolvimento do País, do Maranhão e da região de Imperatriz.
5) Falta mais apoio dos governos (federal, estadual e municipais) ao produtor rural?
O produtor rural no Brasil não tem apoio nenhum, de um modo geral ele é perseguido. Ele tem enorme dificuldade para com o crédito. Se você comparar, lá fora o crédito é subsidiado, eles têm uma enorme facilidade. Aqui não, nós temos dificuldades. No bioma amazônico no qual estamos inseridos há mais de três anos estamos sem acesso ao crédito. Então, ele não tem nenhum incentivo e nem sequer é respeitado pelos nossos governantes, sempre nos tacham de destruidores do meio ambiente, quando na realidade nós somos produtores de alimentos - brasileiros que com muita força, dedicação e muito trabalho, apesar de toda essa adversidade, conseguem fazer a força do agronegócio crescer e avançar mundo afora. Só não somos respeitados, infelizmente, por parte da nossa população brasileira que trata essa questão de forma ideológica, e essa é uma questão pragmática. Nós devemos produzir, podemos e precisamos produzir. Não há como, não conheço, nenhum país do mundo, nenhuma região que tenha se desenvolvido sem fazer uso dos seus recursos naturais.
6) Qual sua mensagem aos produtores rurais e o povo da região Tocantina e seu convite para a 44ª Expoimp?
Apesar das dificuldades que estamos vivendo em relação ao novo código florestal que está em vigência e que traz enormes problemas aos produtores rurais, nós vamos nos posicionar, estamos estudando para entendermos as alterações e, assim, discutir com os produtores o que podemos fazer para tentar convivermos e continuarmos produzindo dentro da legalidade, isso que efetivamente nos interessa. Nós não podemos mais continuar produzindo de forma marginal e ilegal. Nós queremos trabalhar dentro da legalidade, então precisamos trabalhar para entender as alterações que estão lá propostas, o alcance delas, e em que elas vão afetar a nossa atividade. Mas eu acho que ao final nós vamos conseguir, porque basta que deixemos de produzir um ano, que com certeza o governo vai entender e vai passar a respeitar os produtores rurais. E o nosso convite é no sentido de que na medida do possível a população venha participar, conhecer a nossa exposição que, sem dúvida, será um grande evento, uma feira feita com muita qualidade, com muita dedicação e com muito amor por parte de todos os produtores rurais de Imperatriz e região.
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