Certa vez, em determinada rodada em Brasília, eu abordava assuntos políticos e citei Ulysses Guimarães. Um jovem perguntou quem era Ulysses Guimarães. Ele não sabia nem que o ex-deputado havia morrido em 12 de outubro de 1992 em acidente de helicóptero na região de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e que até hoje seu corpo não foi encontrado. Não sabia também que Ulysses Guimarães foi fundador do MDB (que depois se tornaria PMDB); que lutou contra a ditadura militar e que foi presidente nacional do PMDB; da Câmara – por três mandatos – e da Assembleia Nacional Constituinte em 1987/88, além de ter assumido a presidência da República interinamente diversas vezes à época do governo Sarney.
Outro jovem me causou espanto ao perguntar sobre o que era Petrobras. Eu perguntei a ele o que estudava e ele disse que fazia o terceiro ano do ensino médio (isto no segundo semestre de 2009 em Brasília). Fiquei estupefato. Aquele jovem, no início de 2010, iria fazer o vestibular e precisaria elaborar uma redação e ter noção de conhecimentos gerais. Mas como aquele estudante ia passar em um vestibular se não sabia o que é Petrobras, a maior estatal do Brasil e uma das maiores do mundo?
A Petrobras é a maior empresa do Brasil e está presente em 28 países. “Atuamos de forma integrada nas atividades de exploração e produção, refino, comercialização, transporte e petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, biocombustíveis e energia elétrica”, informa o site oficial da empresa.
O exemplo mais recente, entre tantos, ocorreu na semana passada, quando conversava em uma rede social com uma jovem e ela indagou se o prefeito de determinada cidade já havia tomado posse. Quando eu respondi que todos os prefeitos eleitos e reeleitos tomaram posse dia 1º de janeiro de 2013, ela achava que cada município tinha uma data diferente para a posse do prefeito.
Além disso, nas redes sociais a gente vê cada palavra escrita pela maioria dos jovens que causa espanto: “quizer”, ao invés de quiser; “vou durmir”, no lugar de vou dormir; “intendo”, ao invés de escrever entendo, ou ainda: estou “oculpada” - querendo dizer ocupada. Enfim, estes são apenas pequenos exemplos de quantos absurdos a gente vê diariamente na internet. “Quem lê escreve correto. Quem não lê não consegue escrever”. Fica o alerta.