Depois do evento, o então presidente Costa e Silva marcou uma reunião com líderes da sociedade civil - entre eles os universitários Franklin Martins e Marcos Medeiros - ocasião em que lhe foi pedida a libertação de estudantes presos, o fim da censura e a restauração das liberdades democráticas. Nenhuma dessas reivindicações foi aceita. O resultado foi a realização de outra passeata, que reuniu cerca de 50 mil pessoas.
Nos outros estados, os protestos estudantis ampliaram seu nível de organização e mobilização, como em Goiás, onde a polícia baleou 4 estudantes. Mas à medida que cresciam as manifestações contra a ditadura, também crescia a ação repressiva do governo militar, em todo o território nacional:
* No dia 2 de agosto, Vladimir Palmeira foi preso. Logo em seguida, outros 650 estudantes foram para a cadeia.
* No dia 4, 300 alunos foram detidos em São Paulo.
* Em 21 de agosto, o Congresso rejeitou o projeto que concedia anistia aos estudantes e operários presos.
* Em 12 de outubro, mais de 400 estudantes foram detidos durante um congresso clandestino da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Ibiúna, interior de São Paulo.
Apesar da repressão, as manifestações estudantis continuaram, até 13 de dezembro de 1968, quando foi promulgado o AI-5 (Ato Inconstitucional nº 5), marcando o início dos "Anos de chumbo" da Ditadura Militar brasileira.
Edição Nº 14732
Depois da passeata
Lima Rodrigues
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