Tucuruí, a cidade da Usina Hidrelétrica, ganha força na pecuária
Estive no fim de semana em Tucuruí a convite da Disbrava Chevrolet, de Parauapebas e Marabá (PA), para fazer uma grande reportagem sobre a Expotuc 2018 para o Conexão Rural, programa de agronegócio que produzo e apresento há mais de seis anos em Parauapebas e desde o dia 6 de maio em Marabá. Há um ano o programa é veiculado na Rede TV. Antes, era transmitido pela BAND.
Já havia estado em Tucuruí outras vezes quando trabalhava na Rádio Nacional de Brasília, mas a última vez foi em 2011 durante o plebiscito sobre a criação do Estado de Carajás. Participei de um debate lá sobre o assunto. O plebiscito ocorreu e a maioria da população optou para não dividir o estado do Pará em dois.
A Tucuruí de agora não é mais aquela cidade que dependia somente da Usina Hidrelétrica operada pela Eletronorte, da Eletrobras. Agora, o comércio se fortaleceu, surgiu um laticínio e a pecuária cresce a cada dia. Antes de falar sobre a Expotuc, para quem não conhece ou não se lembra, vou falar um pouco sobre a história de Tucuruí.
A história
Tucuruí surgiu como colônia militar portuguesa em 1779 e foi desmembrado do município de Baião em 31 de dezembro de 1947, ou seja, há 71 anos.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Tucuruí contava em 2017 com uma população de 110 mil 516 habitantes.
Tucuruí ganhou repercussão nacional com a construção da Usina Hidrelétrica que leva o mesmo nome da cidade, no rio Tocantins, inaugurada em 22 de novembro de 1984, e é a maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira e a quarta do mundo. A usina é operada pela Eletornorte, estatal do governo federal – vinculada à Eletrobras – e tem capacidade geradora instalada de 8.370MW. A hidrelétrica é a principal usina integrante do subsistema norte do sistema interligado nacional.
Desde a década de 1960, com o início das obras de sua construção, a usina hidrelétrica é a principal fonte econômica do município, mas o comércio também se fortalece, assim como a pecuária.
Uma prova disso é que a Exposição Agropecuária de Tucuruí ocorre há 22 anos.
A Expotuc 2018
A Expotuc foi realizada de 1º a 5 de agosto. Segundo o Sindicato Rural da cidade, reuniu mais 60 expositores, fora o comércio informal (ambulantes), e movimentou cerca de R$ 10 milhões.
A prefeitura de Tucuruí levou vários animais da Amazônia para seu estande, para alegria da criançada e do público que visitou a Exposição Agropecuária. O público pôde ver de pertinho macacos, araras, jacarés, preguiça, entre outros animais.
A Expotuc contou com a participação de empresas de vários segmentos, incluindo máquinas e implementos agrícolas, produtos agropecuários, instituições bancárias, construção civil, concessionárias de veículos, entre outras.
Na sexta-feira, dia 3 de agosto, houve a abertura do rodeio da Companhia Dydayr Parreira.
A cerimônia de abertura contou com a presença das princesas e rainhas da Expotuc 2018, do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tucuruí, Guy Rangel, diretores do sindicato, do prefeito da cidade, Artur Dejesus Brito, e dirigentes de entidades ligadas ao agronegócio e apresentação dos peões e dos salva vidas do rodeio.
Após o presidente do Sindicato Rural, Guy Rangel, declarar aberto o rodeio e agradecer a presença de todos, o prefeito de Tucuruí, Artur Dejesus Brito, também saudou a presença de todos e parabenizou a diretoria do Sindicato Rural pela realização de mais uma Expotuc.
Houve ainda uma bonita apresentação de fogos de artifício.
Logo após a cerimônia de abertura, os peões deram início ao grande rodeio na busca pelo primeiro lugar. Consagra-se campeão do rodeio o peão que ficar oito segundos em cima do um touro bravo, seguindo todas as regras da competição. É uma prova difícil. O cowboy competidor tem que ter coragem, garra e muita técnica.
Leilão de elite
Na noite de sábado, dia 4 de agosto, foi realizado no Tatersal Dulphe Leal Silveira, mais um Leilão de Elite Três Marcas, que contou com a participação de produtores rurais de Tucuruí e de municípios da região e de dirigentes do Sicoob.
Na abertura do leilão, com a presença de diretores do sindicato, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tucuruí, Guy Rangel, parabenizou o trabalho da equipe da JC Leilões e dos pecuaristas que promoveram o leilão, o senhor Valdemar e o médico Eron Carvalho.
“O agronegócio se destaca no País: somos o maior produtor de cacau do Brasil, superando a Bahia; um dos maiores produtores de açaí, produzimos bastante dendê e a pecuária se fortalece a cada dia. Hoje, temos o 5º maior rebanho do país”, destacou o presidente do Sindicato Rural de Tucuruí, Guy Rangel. “A pecuária é a alavanca deste país, está forte e continuará forte no Pará e no Brasil”, acrescentou o pecuarista Raimundo Mineirão, que está há mais de 42 anos na região de Tucuruí.
Outro mineiro que também investe e acredita na pecuária paraense é o médico Eron Carvalho, que está no sudeste do Pará há mais de 20 anos. Ele tem fazenda em Novo Repartimento e sempre promove leilões de elite em Tucuruí e outros municípios da região. “Os leilões contribuem para fortalecer a economia da região. Além disso, fizemos investimentos em genética e hoje o pecuarista da região não precisa viajar até Uberaba (MG), São Paulo ou Goiás para adquirir touros PO (touro puro sangue), porque temos gado de qualidade aqui mesmo”, disse o Dr. Eron, ressaltando, em tom de brincadeira, que “ganha dinheiro na saúde e investe na pecuária”. Todos os pecuaristas entrevistados afirmaram que valeu a pena sair de Minas Gerais há mais de 20, 30 ou 40 anos e investir na pecuária paraense.
Cooperativismo
E cooperativismo ganha força a cada dia no estado do Pará. O presidente do Conselho de Administração do Sicoob, Tonico Gripp, que esteve presente também na Expotuc 2018, em Tucuruí, disse que o cooperativismo é a saída para o Brasil. “As cooperativas estão cada vez mais se fortalecendo no país, porque oferecem taxas mais atrativas e ao final do ano dividem as sobras (lucros na linguagem dos outros bancos) entre os sócios”, disse Gripp.
Maria Cecília e Rodolfo
A entrevista com a dupla Maria Cecília e Rodolfo, que fez show na Feira Agropecuária de Tucuruí no sábado, dia 4 de agosto, foi muito interessante. A dupla falou sobre a história de vida deles, o fortalecimento da música sertaneja no país e sobre os shows pelo Brasil.
Eles se conheceram em 2005 na universidade em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde nasceram. Eles faziam faculdade de zootecnia e estudavam na mesma sala. Canta aqui, canta ali, cantaram em shows na universidade, depois em barzinhos e a dupla foi formada. Aliás, a dupla é a pioneira do chamado sertanejo universitário.
Conversa vai, conversa vem, o casal começou a namorar em 2009 e em 2012 aconteceu o casamento e há dois anos e dois meses nasceu o filho Pedro, para a alegria dos papais sertanejos.
A reportagem especial sobre a Expotuc 2018 e a entrevista com a dupla Maria Cecília e Rodolfo vão ao ar no próximo domingo no Conexão Rural em Marabá e Parauapebas (PA).
Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.
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