Este colunista e o advogado Anfrízio Meneses em recente encontro em Imperatriz
Dr. Anfrízio Meneses, Lima Rodrigues e os amigos Elson Araújo e Coriolano Filho

Projeto Homenagem – Anfrízio Meneses

Na semana em que Imperatriz comemora 166 anos de fundação (16-07), cada vez mais pujante, para o orgulho de todos nós que amamos esta bela cidade, nada melhor do que homenagear também um dos mais importantes advogados da região tocantina e do Maranhão: Dr. Anfrízio de Morais Meneses Filho, ou simplesmente Anfrízio Meneses, também conhecido por “Anfrizinho” e para os mais próximos apenas “Nenen”.

Ele nasceu há 54 anos, em 20 de março, na aconchegante cidade de Piracuruca (PI). É filho do Sr. Anfrízio de Morais Meneses e de dona Cleonice Fontenele de Meneses. Os pais do Dr. Anfrízio eram proprietários rurais ("Fazenda Catarina", no município de Piracuruca). O pai dele explorava a pecuária (bovinos e ovinos) e a agricultura. A mãe, dona Cleonice, ajudava o marido nas atividades, criando aves (galinha, capote, pato e peru) e produzia bolos, doces e queijos. “Seu” Anfrízio morreu em 1991 e dona Cleonice  em 1978.  

Casado com Eliete Maria de Mendonça Meneses,  bancária já aposentada pelo Banco do Brasil e pelo INSS, pai de dois filhos, o simpático advogado Anfrízio Meneses, conhecedor de Imperatriz há muitos anos e morador desde 2006, concedeu a seguinte entrevista à coluna:

Como foi sua infância e seus estudos no Piauí? 

Iniciei meus estudos onde nasci, em Piracuruca/PI. Lá cursei o primário (hoje ensino fundamental) no Grupo Escolar Estadual Magalhães Filho e fiz até a sexta série do ginasial (complemento do atual ensino fundamental) na Unidade de Ensino Presidente Castelo Branco (ainda hoje mantenho relacionamento com colegas do ginasial, realizando encontros anuais com a maioria deles, no mês de julho em Piracuruca.
Em 1978, com  o falecimento de minha mãe, mudei-me para Teresina, concluindo o ginasial, na Unidade Escolar Estadual Demóstenes Avelino. O segundo grau (atual ensino médio), cursei na escola particular Unidade de Ensino "O Cursão". Lá, também, fiz cursos pré-vestibulares em preparação para ingressar no ensino superior. Prestei vestibular e iniciei o curso de Engenharia Agronômica na Universidade Federal do Piauí (UFPI), interrompendo-o após o falecimento do meu pai (cujo desejo de ser agrônomo e assumir a condução das atividades rurais dele, padeceu com a sua morte) e me dedicando à carreira profissional de bancário junto ao Banco do Brasil. Apaixonado por ler e escrever, ainda cursei Licenciatura Plena em Letras na UEMA Universidade Estadual do Maranhão (em Santa Inês/MA), mas não consegui compatibilizar a grade curricular do curso com os horários de minha atividade profissional à  época (gerente geral do Banco do Brasil), o que inviabilizou a sua conclusão e frustrou mais esse desejo ainda hoje latente. Ainda no Banco do Brasil, fiz mais dois cursos superiores, me graduando em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Brasília em 2001 e em Bacharelado em Direito pela UNISULMA - Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão em 2011. Ainda fiz um MBA em Formação Geral para Altos Executivos pela USP e vários outros cursos de especialização na área administrativa/bancária/financeira e alguns já na área do direito.           

Quando e onde conheceu sua esposa?

Ah amigo Lima ... Essa história merecia, no mínimo, uma "mini-série" (quem sabe, um dia, a produzirei). A conheci em 2 de março de 1984, uma sexta-feira de carnaval, num baile carnavalesco na AABB de Piracuruca/PI, embora já estudasse em Teresina. 

Namoraram quanto tempo?

Por 6 anos, até nos casarmos. Na realidade, até hoje, desde aquela sexta-feira de carnaval em 1984...

Se casaram quando e onde?

Em 17 de março de 1990, na Igreja de São Benedito, em Teresina.

Vocês têm quantos filhos?

Dois filhos. O primogênito Ítalo Henrique tem 27 anos, cursa Direito e tem uma agência (a "Black Box") promotora de eventos culturais/musicais e de contratação/intermediação de profissionais da área. Já o caçula Lucas Henrique, tem 25 anos, cursa Engenharia Civil e tem uma hamburgueria (a "Costinha Burger -  Sandwich & Beer"), atuando anteriormente como delivery e, agora, com um ponto de atendimento presencial inaugurado em 4 de julho, no circuito central de gastronomia em Imperatriz (MA). (Rua Coronel Bandeira com Barão do Rio Branco, em frente à Escola Santa Teresinha).

Quais seus cantores prediletos e quais as músicas que marcaram sua vida?

Tenho um gosto musical meio “misturado”, aquilo que alguns chamam de eclético... rsrsrs. Mas é isso mesmo, gosto de Fagner, Zé Ramalho, Martinho da Vila, Maria Betânia, Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Flávio José... além de curtir um pouco de música instrumental e alguns tops internacionais... E não podia deixar de citar o meu conterrâneo, irmão e amigo Roberto Muller, o “Pingo de Ouro” do Brasil. Como músicas que deixaram marcas, posso citar “Imagine” com John Lennon, “Entre Espumas” com Roberto Muller (ainda hoje ouvimos na Confraria do Olimpão) e “Meu querido, meu velho, meu amigo” com Roberto Carlos (lembranças do meu saudoso pai).

Quando o senhor chegou a Imperatriz e por que resolveu morar nesta cidade?

Na realidade, comecei a vir em Imperatriz na época que eu era lotado na Superintendência do Banco do Brasil e realizava missões em toda a região central e sul do Estado (usando a cidade de Imperatriz como ponto regional de apoio). Mas vim de vez em maio de 2006, quando troquei a administração da agência de Balsas/MA pela de Imperatriz. Tais mudanças de cidades são rotinas na vida profissional do bancário, sobretudo dos administradores do BB (eu só não quis sair do Estado, mas tomei posse no BB em Aldeias Altas, passei pela Superintendência Estadual em São Luís e Superintendência Regional em Imperatriz, além de ter gerenciado as agências de Caxias, Santa Inês, Balsas, Imperatriz Centro, Açailândia e João Lisboa, voltando para agência Imperatriz Cento e me aposentando em outubro de 2012.  

Qual sua visão sobre a Confraria do Olímpio?

Excelente “laboratório” de experiências diversas, afinadíssimo “radar” negocial e calibradíssimo “termômetro” político/social ... rsrssrsrs. Na Verdade Lima, além disso tudo (não podemos negar), a Confraria do Olímpio é um espetacular ambiente familiar (lá somos todos irmãos), onde reina amizade, lealdade e respeito; confraternização; troca de experiências (mais pessoais, do que profissionais); lá se conforta amigos tristonhos; às vezes se irrita aquele que chega gaiato demais (mas sempre com base no bom humor); e, principalmente, se saboreia um cerveja estupidamente gelada, regada a um bom papo e resenha. Hoje já temos até deliciosos pratos para tira-gosto, a maioria de comidas típicas regionais ...

Mudando de assunto...

Hoje, o senhor é aposentado do Banco do Brasil. O que representou o Banco do Brasil em sua vida?

Representou muito... Bastante! A começar por ter sido um sonho de adolescente (como foi o de muitos outros jovens brasileiros), me submeter a um concurso público de âmbito nacional e ingressar nos quadros do BB, à época tido como um dos melhores empregos. Depois, por ter me oferecido a oportunidade de uma boa qualificação curricular (e isso o BB ainda hoje propicia a seus empregados), bem como um excelente experiência de vida e profissional através de desafios constantes, passando por várias agências instaladas em cidades com características diferentes, mercados e clientela com atividades econômicas também distintas e níveis cultural e de exigência também desafiadores.

 O senhor se sente um homem realizado?

Muitíssimo realizado, graças a Deus. Tanto no aspecto profissional, quanto no pessoal.

Alguém me disse que o senhor desenvolve algumas ações sociais, pessoalmente ou por intermédio da Maçonaria, mas me disseram também que o senhor ajuda, inclusive financeiramente, o cantor aposentado Roberto Muller (José Ribamar da Silva, atualmente com 81 anos de idade) que mora no interior do Piauí. É isto mesmo? Como é sua amizade com ele?

Desenvolver ações sociais junto às comunidades em que vivemos é dever de todo cidadão, seja realizando isso com recursos próprios ou sensibilizando e/ou intermediando apoio de terceiros. E como administrador do BB fiz muito isso (aproveitando os programas sociais da AABB Comunidade, da Fundação Banco do Brasil, do BB Educar). Também, de forma particular (como cidadão comum), já adotei/conduzi muitos projetos de cunho social, apoiando campanhas da APAE, da Igreja, da Maçonaria, sempre buscando e conseguindo meios de amenizar os problemas porque passam os mais isolados e menos favorecidos socialmente. Atualmente (com menos tempo, mas com a mesma coragem e vontade), ainda me envolvo em muitas ações da espécie.

Lima, embora recebendo, às vezes, algum reconhecimento pessoal (já fomos certificados como “presidente de honra da APAE” pela Federação de APAEs do Maranhão, “amigo da Policia Militar”, “padrinho das crianças” e haver recebido títulos honorários de cidadania em alguns municípios), digo que a maior recompensa de tudo isso é o resultado concreto dessas ações: o engajamento de outras pessoas/instituições nas campanhas e a certeza de que tais ações contribuem para amenizar, mesmo que temporariamente, o sofrimento e a desesperança daqueles que tanto almejam e aguardam um pequeno ato de filantropia de quem se dispõe a suprir, minimamente, a ausência de ações governamentais.

Quanto ao meu conterrâneo e amigo Roberto Muller, ele hoje mora em Recife/PE e vive acometido de várias doenças, como o mal de Alzheimer, problemas na próstata e de visão, além, talvez, da principal de todas, o esquecimento por parte de quem, no passado, vivenciou e ganhou muito com o seu sucesso: fãs, gravadoras, ECAD e alguns “amigos”. Mensalmente, me junto a um grupo de amigos e contribuímos financeiramente com parte das despesas com medicamentos e alimentação do Roberto Muller. Não fui contemporâneo dele, meus irmãos foram. Mas vivenciei parte de sua carreira artística, sobretudo quando realizava shows no Piauí. Li e conheci sobre o seu apogeu, quando fez sucesso fora do Brasil, conquistando títulos na América Latina (o mais importante foi o de “O Pingo de Ouro do Brasil”, com o sucesso gravado por muitos “Entre Espumas”). Em julho de 2017, eu e esse grupo de amigos conseguimos levar ele à Piracuruca/PI (cidade natal dele e nossa). Lá, viabilizamos um show dele, oportunidade em que cantou por meia hora para milhares de conterrâneos no balneário “Prainha”. Nos falamos quase que diariamente, por telefone, pelo WhatsApp ... já iniciei as primeiras tratativas com o ECAD, duas gravadoras do passado o Sindicato de Músicos do Brasil, buscando viabilizar uma aposentadoria para o Roberto Muller, a título de compensação pelos direitos autorais não integralmente reconhecidos e devidamente pagos a ele. E tenho sido nessas tratativas, ao dizer que, caso não consiga isso amigavelmente, adotaremos todas as medidas judiciais cabíveis no sentido de fazer justiça e garantir os direitos do Roberto, que hoje vive por conta de um benefício concedido pelo INSS e da ajuda de poucos amigos.   

O senhor acaba de alugar um prédio na Rua Cel. Manoel Bandeira, em frente à Escola Santa Teresinha, onde já funcionou bares movimentados da cidade. Lá, segundo me disse, será inaugurada uma hamburgueria de seu filho.  O que o estabelecimento pretende oferecer aos seus fregueses e quais os horários de funcionamento?

Aluguei o ponto e comprei o estabelecimento comercial (móveis, equipamentos, instalações e o direito de fruição da atividade econômica outrora desenvolvida naquele ponto). Em 4 de julho, ou seja, no começo deste mês, foi inaugurada a primeira hamburgueria de meu filho caçula, o Lucas Henrique. É a “COSTINHA BURGER – Sandwich & Beer”. Funcionando de terça-feira a domingo, das 18:30 às 23:00 horas, é oferecido à clientela um cardápio especial de hambúrgueres artesanais, refrigerantes, sucos naturais e uma seleção de cervejas especiais. 

Por que o senhor resolveu investir nesta área gastronômica? O senhor acredita no potencial econômico de Imperatriz? Vai gerar inicialmente quantos empregos diretos?

Meu filho Lucas Henrique sempre gostou de cozinha e, ainda em casa, já criava e produzia alguns hambúrgueres artesanais para nosso consumo. Em seguida, idealizou a “Costinha Burger” (Costinha é o seu apelido de infância) e passou a atender de amigos e vizinhos, até transformar essa idéia em negócio e implantar o sistema de atendimento por Delivery, estendendo as entregas para toda a cidade. Visando dar visibilidade ao Delivery e estabelecer um ponto de atendimento presencial, buscamos o mercado e hoje estamos inseridos no contexto da gastronomia imperatrizense.  O ponto da rua Cel. Manoel Bandeira já começou com oito colaboradores diretos. Quando reimplantarmos o Delivery, devemos agregar mais uns seis, o que gerará emprego direto para, no mínimo, 14 pessoas, inicialmente.

O que o senhor espera do futuro de Imperatriz, do Maranhão e do Brasil?

De Imperatriz, espero a consolidação do que já é uma realidade: o ápice econômico do município que, com sua pujança natural e a força e visão empreendedora dos imperatrinzenses (aliada à coragem e destemor dos que pra cá vieram investir), ano a ano se destaca no Estado e na Região Nordeste como um dos mercados que mais crescem no País. Do Maranhão, aguardo uma melhor valorização dos que aqui acreditam e investem suas economias, energias e crenças pessoais de um Estado mais equilibrado social e economicamente e melhor gerido administrativamente, posto que suas dimensões territoriais são gigantescas, ensejando distâncias e dificuldades (sobretudo para a nossa região sul e extremo sul). Bem, quanto ao nosso “gigante adormecido” Brasil, espero que ele saia, definitivamente, do seu “berço esplêndido”, de sorte a ocupar o seu verdadeiro papel no rol dos países tidos de primeiro mundo, já que tem potencial econômico (sob todos os aspectos, notadamente o agrícola e o turístico), para oferecer uma Pátria mais equilibrada e mais justa, com a oferta de uma melhor educação, saúde, segurança, política e honradez para o seu povo.