Dona Perina descobriu o café do caroço de açaí há mais de 20 anos no município de Parauapebas (PA)
Agora, dona Perina vem incentivando outras mulheres da região a produzir o café do caroço de açaí

Agricultora incentiva amigas a produzir café do caroço de açaí no sudeste do Pará

Descente da índia Antônia, filha de Antônia Rodrigues e João Rodrigues, natural de Axixá (TO), a dona de casa e agricultora Perina Rodrigues da Silva, 60 anos, mãe de dois filhos e duas filhas, nunca imaginou que um dia pudesse dar início a um projeto que poderá ajudar outras pessoas a conquistar uma nova fonte de renda. Mas isto aconteceu em sua vida, graças ao açaí.

Em fevereiro de 1997, por volta de 8h da manhã, ela foi fazer café para a família e quando olhou na dispensa da casa o produto estava em falta. Mesmo sem nunca ter acessado um site de pesquisa na internet, dona Perina não teve dúvida. Pensou e foi em busca de uma nova alternativa. Primeiro, ela pegou caroço de bacaba, um fruto que dá muito na região norte do país e lembra o famoso açaí. “Sequei o caroço da bacaba, torrei, fiz o café, mas ficou amargo. Não gostei. Aí, decidi experimentar o açaí. Gostei. Ficou ótimo. A partir daquele dia, raramente compramos café tradicional lá para casa", afirmou a simpática Perina, que mora há 30 anos na Chácara Paraíso, na área da Vila Paulo Fonteles, a 60 km de Parauapebas, no sudeste do Pará. Lá, ela e o marido, Roberto Carlos Cunha, com quem é casada há 35 anos, planta milho, mandioca e cria gado e galinha e, claro, planta açaí, apesar de a propriedade ser pequena: apenas 8 alqueires, ou 40 hectares, no caso do Pará.

Incentivo

A “descoberta” da dona Perina em fazer café do caroço de açaí vem sendo acompanhada de perto por técnicos da Secretaria de Produção Rural de Parauapebas e a meta é aproveitar sua experiência e incentivar outros produtores a fazer mesmo. “Da floresta a gente consegue colher tanta coisa boa, que esta iniciativa da dona Perina só pode mesmo é ser incentivada pelo governo municipal para que consigamos comercializar, futuramente, o café oriundo do caroço de açaí, assim como incentivamos a produção de outras frutas que servem para a indústria de cosméticos”, disse o secretário de Produção Rural do município, Eurival Martins, o Totô.

Conexão Rural

A história da Dona Perina foi destaque do programa Conexão Rural no último domingo em Parauapebas. O programa é produzido e apresentado por mim há quase seis anos, agora sendo veiculado na Rede TV.

Pará é o maior produtor de açaí

Não há dados estatísticos oficiais que demonstrem há quantos anos o homem faz café do caroço do açaí no Brasil, especialmente no Pará, “o maior produtor de açaí do país, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)”.  Ainda segundo a Embrapa, “grande parte dessa produção é familiar, onde pequenos produtores participam de todas as etapas da cadeia, que vai desde a colheita até o armazenamento ou então a comercialização da fruta in natura”. 

Pró-Açaí

O governo federal lançou um programa, por intermédio do Ministério da Ciência e Tecnologia, para estimular a produção de açaí no Pará. Segundo o Portal Brasil divulgou dia 26 de janeiro de 2016, o Pró-Açaí possui duração inicial de quatro anos e vai focar esforços na distribuição de material genético de qualidade e em ações de assistência técnica.

“Fruto amazônico consumido no Brasil e no exterior, o açaí foi contemplado por um conjunto de ações que visam expandir a área de produção em 50 mil hectares. Elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, além de outras instituições, o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Açaí no Estado do Pará (Pró-Açaí) pretende aumentar a produção em 360 mil toneladas até 2024.

O Pró-Açaí possui duração inicial de quatro anos e vai focar esforços na distribuição de material genético de qualidade e em ações de assistência técnica para atingir a meta de expansão de 50 mil hectares de área de produção. O fruto representa a segunda maior cadeia produtiva da agricultura do Pará. A iniciativa conjunta tem por objetivo reduzir a sazonalidade do fruto. Atualmente, 80% de toda produção ocorre de julho a dezembro. 

Luiz Pinto, diretor de Agricultura Familiar da Sedap e organizador do programa, explicou que serão 10 mil hectares para cultivo em área de terra firme, com irrigação, envolvendo 1 mil produtores de pequeno, médio e grande porte de todo Pará. Outros 40 mil hectares estão previstos nos municípios do Baixo Tocantins e Marajó, onde cerca de 10 mil famílias vivem da agricultura familiar em região de várzea. Pinto argumentou que elas passarão a utilizar tecnologias de manejo e de enriquecimento, podendo alcançar até seis toneladas em mesma área e período.

Ainda segundo o diretor da Sedap, as metas são ousadas e para atingi-las serão necessárias sementes e mudas de qualidade, além da capacitação dos agentes de assistência técnica (ATER), tarefas nas quais a participação da Embrapa é essencial. "Todo material genético será fornecido pela Embrapa, assim como o treinamento dos técnicos de ATER que atuarão junto aos produtores", disse.

Dona Perina Rodrigues planta poucas touceiras de açaí, mas se ela e outros moradores do sudeste do Pará forem beneficiados com o Programa Pró-Açaí, com certeza a produção do fruto aumentará na região e, consequentemente, sua produção de café oriunda do caroço do açaí também aumentará.

Enquanto o Pró-Açaí não chega, produtores rurais de Parauapebas vão buscando outras alternativas para aumentar a produção de açaí no sudeste do Pará. Foi o que fez o produtor Paulo César de Oliveira, 52 anos, goiano de Itumbiara, que mora há 33 anos no Pará. Há dez anos Paulinho, como é conhecido o produtor rural na região, foi beneficiado pelo “Projeto Açaí”, desenvolvido pela Estação Conhecimento da Vale e a Prefeitura Municipal de Parauapebas. O projeto começou com 23 produtores rurais da APA do Gelado, mas atualmente só 10 continuam desenvolvendo suas atividades visando aumentar a produção do açaí.

Há 15 anos ele é proprietário da Chácara Só Matinha na Área de Proteção Ambiental (APA) do Gelado (Gelado é o nome de um rio que corta a região), onde em 2 hectares planta 900 touceiras de açaí, ou seja, 2.500 pés do fruto. “Planto o BRS PA com espaçamento de 5x5 e geralmente em três anos e meio já estou colhendo os frutos. Chego a produzir 6 a 7 toneladas de açaí por ano, sendo 40% in natura e 60% processado, totalizando 2.300 litros de açaí grosso por ano”, destacou Paulinho. Na área de 25 hectares da bela chácara, ele cria ainda tambaquis. “São seis tanques, com 50 milheiros de alevinos e 50 milheiros de juvenil”, disse ele.

Antologia Poética

Quanta honra para mim abrir o meu e-mail ontem e ler a informação de que meu poema “Encontro” foi classificado entre os 250 poemas escolhidos para uma antologia poética em um universo de mais de 3 mil poetas participantes de todo o Brasil e que será publicada pela Vivara Editora Nacional. Veja o comunicado:

“Orientado por edital público, o Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio CNNP 2017, recebeu no período de 05 de junho a 05 de setembro de 2017, o total de 3.207 inscrições de todo o Brasil.

A Vivara Editora Nacional, informa que recebeu da comissão julgadora no dia 20 de setembro, a lista protocolada dos 250 candidatos classificados no processo seletivo.

Parabéns! 

O seu poema foi classificado e fará parte do livro, 

Antologia Poética, Prêmio CNNP 2017.

É um orgulho fazer parte desta grande comunidade literária. Novos Poetas.

Seu editor,

Isaac Almeida

A mensagem não informa de onde são os primeiros classificados, mas divulgo aqui os três primeiros vencedores do Concurso Nacional de Poesia:

1ª Colocação: Wanda Cristina da Cunha e Silva

2ª Colocação: Marven Junius da Costa Franklin

3ª Colocação: Rogério José da Silva

 
   De qualquer forma, repito: ser selecionado para a antologia poética entre mais de 3 mil poetas inscritos de todo o país é uma honra para mim que, como presidente da Academia Parauapebense de Letras em Parauapebas (PA), luto pela valorização dos poetas e escritores e pelo o estímulo à leitura entre crianças, jovens e adultos.

Segue o poema “Encontro”, selecionado no Concurso Nacional de Novos Poetas pela Vivara Editora:

O sorriso vinha correndo

E chocou-se com a tristeza

Aproveitou para dizer

Que a vida é uma beleza

A tristeza ficou sem graça,

Mas não perdeu o rebolado

Deu uma bronca no pessimismo

Que manteve-se calado

Enquanto o otimismo vibrava

E o sorriso partia

A tristeza concordava

Que a vida é só alegria.

xxxx

Obrigado meu Deus por tudo. Boa semana a todos e até quarta-feira com saúde e paz.